Vínculos entre Rússia e União Europeia
"A Rússia é também uma das nossas fronteiras externas e nossa vizinha, e eu não vou parar de me manifestar a favor do estabelecimento de boas relações com a Rússia, a despeito de todas as discordâncias", disse a chanceler alemã.
"Acho que é nesta mesma esfera que temos interesses comuns e podemos cooperar", adiantou a chanceler.
Ao abordar a questão das relações da Rússia com a OTAN, em particular, Merkel frisou que a União Europeia continua aderindo ao Ato Fundador Rússia-OTAN.
"Para mim [o melhoramento das relações] quer dizer continuar seguindo o Ato Rússia-OTAN, e eu agradeço ao secretário-geral da OTAN por realizar os encontros do Conselho Rússia-OTAN", realçou, prometendo que a próxima reunião aborde o tema das guerras híbridas.
"Sabemos que a Rússia considera a estratégia da guerra híbrida como uma das formas de defesa. E se eu puder desejar alguma coisa, seria bom agendar esse tema como parte da discussão no âmbito do Conselho Rússia-OTAN", precisou a chanceler alemã, acrescentando que a guerra híbrida se tornou um "desafio sério para a democracia".
Após o surgimento da crise ucraniana, os países da OTAN começaram falando das "ameaças híbridas" provenientes da Rússia. Entretanto, às vezes a Aliança reconhece que a ameaça híbrida real para a comunidade europeia provém das organizações islamistas e terroristas que, usufruindo de uma propaganda dura do islã ultrarradical nas redes sociais, formam suas fileiras.
OTAN e Europa em época de incertezas
"A política de defesa europeia não deve ser uma alternativa para substituir a OTAN", afirmou Merkel, dizendo que se trata de um "anexo à OTAN". As declarações foram feitas num contexto em que se fala muito sobre a possível criação de um exército comum europeu.
Ao falar da recente escalada das tensões no Leste ucraniano, a chefe do governo alemão afirmou que o papel da OTAN aumentou após a reunificação da Rússia com a Crimeia e o começo do conflito na parte oriental da Ucrânia.
"Os acordos de Minsk são a única coisa que temos, e não vale a pena cancela-los dado que não temos mais nada que nos dê esperança", observou Merkel. "Estamos precisando de uma solução política e eu estou disposta a me esforçar cada vez mais e continuar trabalhando não obstante o sentimento de desilusão."
"A Alemanha, bem como os outros países, assumiu em 2014 o compromisso de aumentar seu orçamento militar para 2% do PIB", disse. "Estamos precisando do apoio militar por parte dos EUA", continuou, detalhando que se trata, em primeiro lugar, do combate ao terrorismo internacional.