Em seu artigo para a revista norte-americana Foreign Policy, o especialista descreve o cenário em que "a outrora aliança mais forte e mais bem-sucedida da história" se transforma em uma "concha vazia" e se destrói nos próximos três anos.
No entanto, continua o especialista, a situação na OTAN continuará a mesma por um tempo: tropas americanas permanecerão na Europa, aviões continuarão patrulhando os Países Bálticos e soldados participarão de novos exercícios.
O bloco conservará o seu significado simbólico, mas na realidade a OTAN deixará de funcionar.
O exemplo que Shapiro cita é o reforço da agressão russa contra a Ucrânia em meados de 2017. Segundo ele, a OTAN vai analisar essa situação, mas não chegará a consenso sobre novas sanções e envio de tropas.
Os EUA estarão ocupados construindo o muro na fronteira com o México. A União Europeia começará a enviar armas à Ucrânia e treinar militares ucranianos. Por sua vez, OTAN anunciará a sua neutralidade, acredita o especialista.
Em 2019, na previsão do especialista, vai ocorrer um golpe em Bagdá, o Irã vai organizar esse golpe em resposta às buscas das embarcações iranianas pelos norte-americanos no Golfo Pérsico. As forças conjuntas do Iraque e Irã atacarão tropas turcas no Curdistão iraquiano e passarão a armar milícias curdas no sudeste da Turquia.
Após isso, a Turquia, membro da OTAN, vai pedir que a Aliança reconheça as ações do Irã como agressão e que ajude ao seu aliado. Em seguida, a maioria dos países vai desistir disso, o que provocará a renúncia do secretário-geral Jens Stoltenberg.
Shapiro destaca que não faz sentido chefiar o bloco que não reage aos pedidos dos seus integrantes.
Todos vão compreender o porquê da inexistência da OTAN. Durante vários anos, os membros da Aliança não puderam chegar a um entendimento em várias questões e esqueceram o principal: a necessidade de respeitar compromissos na segurança mútua, opina Shapiro.
Afinal, com Trump a solidariedade dos integrantes da Aliança desaparecerá completamente. Seu apelo "América em primeiro lugar" significará que os aliados dos EUA já não terão interesse em uma aliança militar com Washington.