De acordo com a mídia local, eles estão "preparados para se reunir com representantes de vários ministérios e departamentos da República para discutir possíveis formas de cooperação".
"Em Novembro, eu e o Secretário da nossa Associação, Luca Bertoni, fizemos parte da delegação organizada pela Associação Veneto — Rússia (Associazione Veneto-Russia) para os empresários da região no Nordeste da Itália. Queríamos repetir a iniciativa dos empresários da região para ajudar os moradores de Donetsk e Lugansk a restaurar as empresas que não têm mais", disse ele à Sputnik.
Embora as duas autoproclamadas repúblicas tenham minas de carvão, usinas siderúrgicas e usinas elétricas em seus territórios, elas não têm experiência suficiente, por exemplo, na agricultura. Daí a ideia da associação ajudá-los e trazer especialistas neste domínio para que eles possam investir em suas empresas e ajudar as pessoas locais a abrir negócios próprios.
Ferrari afirma que o investimento poderia acontecer em fábricas de queijo, onde a população local poderia processar novamente leite ou em estufas, onde poderiam cultivar legumes e plantas. Ele ressalta que serão instalações de produção separadas e não filiais das empresas dos visitantes, pois os produtos produzidos nas fábricas das duas repúblicas permanecerão lá dentro e não serão exportados para a Europa.
Ele destacou os benefícios fiscais e legais em Donbass, sobre os quais eles foram informados na primeira visita.
"Disseram-nos que os empresários estrangeiros que quiserem investir nas duas repúblicas estão isentos de impostos durante 20 anos, talvez até mais", disse.
Tendo em mente que a economia das repúblicas está começando seu crescimento a partir de zero, os salários e o custo de vida por lá serão bastante baixos. Assim, mesmo que a viagem seja motivada por uma decisão econômica, os empresários se mostram dispostos a ajudar os locais a caminhar com os próprios pés. Benefícios fiscais desempenham o seu papel, mas estão longe de ser a principal razão para a viagem.
Ele também comentou sobre a questão das sanções anti-russas, observando que esta poderia ser uma solução para exportar produtos para italianos à Rússia, ignorando o embargo alimentar.
A agricultura italiana, disse ele, perdeu até 5 bilhões de euros da proibição de exportação.
"Se alguém lançar a produção dos artigos agrícolas aprovados em uma das duas repúblicas, será possível de exportá-los para a Rússia. Mas este não é o nosso principal objetivo, é apenas uma das oportunidades que poderíamos ter", contou ele.
Devido à apertada janela de tempo, os empresários não visitarão Lugansk desta vez, mas uma missão à República no futuro não está descartada.
A viagem, porém, já cobra seu preço. Desde novembro, os empresários foram parar na lista negra da Ucrânia, reservada a quem visita as duas repúblicas. Autoridades ucranianas, porém, não entraram em contato para dissuadi-los da missão no fim do mês.
"Mesmo que eles tentassem nos pressionar, não nos teria impedido, já que não estamos preocupados com isso", ele finalmente afirmou.