No entanto, o documento acrescenta que, em relação à Síria, não há provas suficientes para fundamentar as alegações anti-Rússia feitas pelo governo britânico.
"Na Síria, funcionários do governo do Reino Unido acusaram a Rússia de cometer crimes de guerra, mas não publicaram evidências para apoiar suas alegações… se o governo continuar a alegar que a Rússia cometeu crimes de guerra na Síria sem fornecer uma base para sua acusação, arrisca potencializar a narrativa do Kremlin de que a Rússia é submetida a duplos padrões injustos por parte de potências ocidentais hostis e hipócritas", admite o relatório.
Além disso, o texto sugere que a chancelaria britânica (FCO) esclareça questões relacionadas à implementação das sanções impostas a Moscou após a saída de Londres da União Europeia.
O suposto envolvimento de Moscou no conflito ucraniano é repetidamente negado pelas autoridades russas.
O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns também instou o Ministério das Relações Exteriores a nomear uma espécie de sub-ministro que seria exclusivamente responsável pelas relações com a Rússia e a Comunidade de Estados Independentes (CEI), "tendo em conta as tensões em curso na relação Reino Unido-Rússia e a sua importância a longo prazo” para segurança britânica.
"O FCO deve investir mais uma vez na capacidade analítica para entender a tomada de decisão russa, a fim de desenvolver uma política externa eficaz e informada. Isso deve envolver a participação de think-tanks e universidades que estudam a Rússia, o recrutamento e o treinamento de especialistas em Rússia no FCO o desenvolvimento de habilidades linguísticas russas no FCO”, propôs a análise.
O relatório também afirma que as autoridades britânicas devem se envolver num diálogo construtivo com a Rússia no que diz respeito à luta contra o terrorismo. Mais que isso, o texto adverte que a falta de diálogo entre Londres e Moscou é uma política “míope”, por mais “desconfortáveis que tais conversações possam ser”.
"Saudamos, portanto, indicações recentes de que o governo está disposto a considerar um engajamento mais direto, mais face-a-face com a liderança russa”, disse o Comitê.