Embora existam inúmeras formas de promover a mudança de poder em um país, pelo que parece, no caso da Coreia do Norte só é possível uma opção: uma intervenção militar, afirma o autor.
Tendo em conta que Pyongyang não está vinculado à economia global, a aplicação de sanções pode fazer pouco para acabar com o "reino dos Kim". Também não serão eficazes a pressão social nem a propaganda organizada para influenciar os cidadãos comuns. Por isso, muitos acham que "os tanques e as bombas são a única maneira de alcançar tal objetivo", escreve o jornalista.
Ataque de surpresa
O autor afirma que, na realidade, um ataque contra "o regime mais vil do mundo" pode resultar em um desastre total. Então Kazianis se pergunta: se Washington decidir mesmo atacar a Coreia do Norte, como seria organizada a ação militar contra o país asiático?
O problema é que uma mobilização militar em massa não pode ser escondida. A inteligência norte-coreana descobriria tais planos. Como tal, Pyongyang teria um bom motivo para lançar um ataque forte para garantir a sua sobrevivência, opina o especialista.
Retaliação de Pyongyang
Além disso, a Coreia do Norte teria razões para lançar uma guerra nuclear. Uma vez que Washington decida que chegou o momento de acabar com o regime norte-coreano, Pyongyang não terá nenhuma razão para se conter. Enquanto se discute a possibilidade de a Coreia do Norte ser capaz de atingir o território continental dos EUA, Pyongyang pode atacar Seul e Tóquio.
"Kim, sabendo muito bem que não resistirá a uma invasão [contra o seu país], pode se decidir a levar consigo o maior número de vidas possível", considera o autor.
"Imaginem um cenário de pesadelo em que os norte-coreanos usam um pequeno lote de armas químicas. Apenas um punhado destas armas lançadas contra Seul pode provocar um tal pânico como não é visto desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Há que evitar qualquer ataque contra alvos civis com essas armas ameaçadoras", adverte Harry Kazianis.
Efeitos inesperados
O autor lembra que há muitos outros efeitos inesperados de um ataque militar: Pyongyang pode ativar as células adormecidas para levar a cabo um ataque parecido com o de Charlie Hebdo na Coreia do Sul ou Japão, ou fazer explodir "bombas sujas" em território inimigo.
Vale salientar, escreve o analista, que o governo norte-coreano já teve seis décadas para planejar uma resposta a qualquer tipo de invasão.
"Eu acho que toda a Ásia estará de acordo em que negociações sobre a diminuição da escalada na península da Coreia seriam uma boa ideia para todos. Esperemos que que estas se realizem em 2017, já que uma crise norte-coreana real seria terrível", concluiu Harry Kazianis seu artigo para The National Interest.