O fabricante de aviões norte-americano Boeing, cuja oferta dinamarquesa perdeu para o fabricante de aeronaves Lockheed Martin, está processando o governo dinamarquês, informou o canal de TV dinamarquês TV2.
A Boeing acredita que a escolha do F-35 da Lockheed Martin pelo governo dinamarquês, em vez do Super Hornet, foi o resultado de um processo de avaliação falho, com base no fato de os responsáveis militares dinamarqueses não terem fornecido todos os materiais relacionados com a avaliação das candidaturas e decisão.
"Durante dez anos temos feito campanha aqui na Dinamarca, falando sobre as características do Super Hornet no contexto dinamarquês. Nós nos sentimos bem com a abertura e a discussão pública. Mas quando a decisão foi tomada em junho do ano passado, expressamos nossa decepção com as razões da decisão. Desde então, o diálogo parou, e sentimos que agora temos que ir a tribunal", disse ao TV2 o vice-presidente da Boeing Tom Bell, salientando que não se pode esperar que a decisão dinamarquesa seja anulada.
Em junho de 2016, a Dinamarca finalmente pôs fim ao debate de dez anos sobre a substituição de sua atual frota de F-16. No entanto, a Boeing não aceitou a decisão de comprar 27 F-35 no valor de 20 bilhões de DKK (3 bilhões de dólares, cerca de 9,4 bilhões de reais), acusando o governo dinamarquês de se basear em informações erradas sobre o custo e as capacidades do Super Hornet e, assim, não dando ao grupo americano uma chance justa.
Em setembro de 2016, a Boeing apresentou ao Ministério da Defesa da Dinamarca um pedido de acesso aos documentos utilizados no processo de avaliação de aprovisionamento. "Acreditamos que a avaliação pelo ministério dos concorrentes foi fundamentalmente falha e foi incorretamente avaliados o custo e capacidades do F/A-18 Super Hornet", disse na altura a vice-presidente da Boeing Debbie Rub.
A Dinamarca é um dos nove países parceiros que estão financeiramente envolvidos no desenvolvimento do futurista avião de caça F-35A, o que pode ter influenciado a escolha do governo, apesar do fato de que o projeto F-35 foi muito atormentado por problemas técnicos, atrasos e custos inflacionados.