"Informamos à OMC sobre a possibilidade de a China violar vários acordos comerciais", ressaltou o ministro. Estas violações estão ligadas às "medidas de vingança" do governo da China em relação às empresas da Coreia do Sul quanto ao deslocamento planejado do sistema antimíssil americano THAAD para o sul da península da Coreia.
Protesters rally against #THAAD in Seongju, South Korea, where the US plans to deploy anti-missile defense unit https://t.co/zpxL2fzSpZ
— China Xinhua News (@XHNews) 15 de março de 2017
A reclamação para a OMC foi enviada no fim da semana passada, acrescentou o alto funcionário. O problema do deslocamento do THAAD no território da Coreia do Sul e a reação da China foram os principais temas das negociações. Como resultado, o secretário de Estado dos EUA solicitou que a China se abstenha das medidas de resposta devido ao deslocamento do THAAD na Coreia do Sul.
"China ainda não quer aumentar as tensões com a Coreia do Sul no domínio político-militar por causa do THAAD […] É difícil afirmar quais inciativas a OMC vai tomar em relação à China. Em particular, porque a OMC é uma organização muito formal e cheia de burocratismo. As disputas são examinadas em conformidade com procedimentos durante muito tempo", acrescentou o analista político, Mikhail Belyaev, à Sputnik China, adiantando que a posição da OMC em relação à China é muito politizada, ou seja, iniciativas radicais não serão tomadas.
Entretanto, há mais informações sobre boicotes dos bens sul-coreanos por consumidores chineses do que o contrário. O jornal South China Morning Post mostrou como empresas chinesas tentam apoiar ações de boicote. Segundo ele, um dos usuários notou o cartaz contra THAAD nas embalagens de guardanapos. Há informações também que a famosa rede sul-coreana de restaurantes Hannashan comunicou no início de março que foi fundada e financiada só por chineses.
S Korea complains to WTO about China over Thaad https://t.co/egAQxesYvK
— BBC News (World) (@BBCWorld) 20 de março de 2017
Há uma semana, 3,3 mil turistas chineses se recusaram desembarcar na ilha turística de Jeju por quase 80 ônibus terem sido forçados a cancelar excursões planejadas devido aos protestos contra a decisão de Seul de deslocar o THAAD na Coreia do Norte.
Enquanto as empresas da Coreia do Sul contam as suas despesas, os legisladores reforçam a crítica em relação ao governo. Segundo eles, a situação chegou a este ponto por causa da falta da resposta agressiva às ações da China, comunica a Reuters.
"A possibilidade da resolução da situação com uso de reclamações não é alta. O lado sul-coreano quase não tem chances de ganhar o processo, porque não tem provas de que o governo chinês emitiu a ordem sobre o boicote das empresas sul-coreanas e dos bens em resposta ao deslocamento de mísseis. O governo chinês ainda não publicou documento algum. Todas as assim-chamadas medidas do lado chinês contra a Coreia do Sul é o resultado da vontade livre do povo chinês e não pode ser o motivo para reclamação", acrescentou o diretor do Centro da Ásia Noroeste da Academia de Heilongjiang Da Znigang à Sputnik China.
China, ROK cut flights to each other's country due to sharp drop in passengers amid standoff over #THAAD deployment https://t.co/eK0tIpXPuW pic.twitter.com/bRSlBfKN83
— People's Daily,China (@PDChina) 16 de março de 2017
O lado chinês está interessado no desenvolvimento da cooperação econômica com a Coreia do Sul caso sejam consideradas posições de ambas as partes, comunicou o representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, durante um briefing em Pequim, acrescentando que China é contra os planos de deslocamento de THAAD na Coreia do Sul.