Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Satélite Geoestacionário é o primeiro do país de uso civil e militar. O equipamento foi adquirido pela Telebras e tem uma banda Ka, que vai ser usada para as comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de banda larga no país, especialmente nas áreas remotas, e uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do satélite, de uso exclusivo das Forças Armadas.
Durante simpósio realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação sobre os benefícios do equipamento para o Brasil, o Secretário de Produtos de Defesa (Seprod) do Ministério da Defesa, Flávio Augusto Basílio ressalta a importância do Satélite para as comunicações militares, mas influenciará na modernização da comunicação do Brasil ao oferecer banda larga para todo o país.
"O satélite tem como objetivo incrementar as telecomunicações do Brasil. Ele vai trazer não apenas um ganho importante nas comunicações militares por intermédio da banda X, mas também terá um aspecto dual e a possibilidade de revolucionar a comunicação brasileira, principalmente oferecendo banda larga para todo o território nacional."
O secretário do Seprod ainda destacou a complementariedade entre o produto de defesa e o produto civil. Segundo Flávio Augusto, muitas vezes não são percebidos pela sociedade os benefícios de um investimento militar no cotidiano do cidadão comum. "Toda a discussão que se apresenta para a nossa sociedade em relação ao investimento militar por muitas vezes ela fica esquecida ou colocada em um segundo plano, ou mesmo esquecida até pela sociedade na sua importância para sua vida prática do cidadão comum. Este é um exemplo muito claro de como investimentos na área de defesa podem transbordar para toda a sociedade e com isso gerar um ganho de escala e de produtividade com repercussões para toda a sociedade."
Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o satélite ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. A capacidade de operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas é de 18 anos.
No seminário, o Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, General de Divisão Claudio Duarte de Moraes falou da importância da autonomia nas comunicações que o Satélite vai proporcionar ao país, influenciando no avanço digital brasileiro. "Estamos em vias de colocar no espaço um Satélite que nos dará autonomia em termos de comunicações, em um momento em que estamos trabalhando com várias agendas em vários ministérios para a utilização dessas tecnologias. A estratégia digital brasileira que está sendo conduzida também pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação e uma série de outros ministérios. Esse Satélite está chegando em um momento muito oportuno. Isso significa para nós da área de defesa a oportunidade de operar pela primeira vez em território nacional um Satélite de comunicações na área militar e na área civil."
Já o Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho falou sobre o importante papel da AEB na construção do satélite dentro do amplo processo de absorção e transferência de tecnologia.
"A Agência Espacial, portanto, cuidou de elementos importante para o futuro desse programa, como o processo de toda a transferência de tecnologia para as empresas nacionais e também a absorção de tecnologia."
Além de assegurar a independência e a soberania das comunicações de defesa, o processo de construção do satélite envolveu o envio de 50 profissionais brasileiros para as instalações da Thales Alenia Space, empresa responsável pela construção do equipamento, em Cannes e Toulouse, na França. São especialistas da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entidades vinculadas ao MCTIC, além das empresas Visiona e Telebras.