"Nos três meses mais sangrentos para a Sérvia, que ocupa 88 mil quilômetros quadrados, foram lançados mais de 50.000 mísseis, cerca de um míssil por cada quilômetro quadrado. Em 78 dias, sobre a Sérvia, com uma população de 7 milhões, foram lançados 22 milhões de quilos de bombas, três quilogramas por cada um de nós", recordou Vucic em seu discurso que foi transmitido pela televisão nacional RTS.
O chefe do governo da Sérvia informou que os prejuízos para a república são estimados entre 30 e 100 bilhões de dólares.
"Mas nós também perdemos algo de precioso que ninguém se atreve a tirar a outro, eles nos tiraram vidas humanas. Nós perdemos mais de dois mil civis e cerca de mil soldados e policiais nos três meses de bombardeios e assassinatos…", disse Vucic.
Ele acrescentou que também foram assassinadas 79 crianças.
Nessa conexão, a Sputnik Sérvia questionou alunos sérvios nascidos em 1999 — o que eles sabem sobre os bombardeamentos, suas causas e consequências?
A aluna A e sua família foram obrigados a deixar sua casa devido aos ataques. Ela pensa que, em 1999, uma grande injustiça ocorreu em relação à Sérvia, mas a propaganda ocidental apresentou os sérvios como os principais culpados da guerra.
A aluna A acrescentou que durante os bombardeios seus pais e parentes se esconderam na cave: "Meu avô já estava muito velho e doente. Ele sofreu um acidente vascular cerebral devido ao stress enorme."
Outro aluno de uma escola sérvia, U, expressou sua opinião dizendo que a mídia ocidental "encenou" a catástrofe humanitária no Kosovo.
Segundo disse ele, "às vezes, por causa dos bombardeios, a noite parecia se tornar dia — como mostram nos filmes. Eles me disseram [seus parentes] que eu era o único raio de luz nessa escuridão permanente".
O aluno U morava no Kosovo até fazer seis anos, mas ele se lembra dos vestígios de balas nos edifícios, das zonas radiativas por causa do urânio empobrecido usado pela OTAN. Os edifícios pareciam jaulas, pois todas as janelas tinham grades.
Para apresentar pontos de vista diferentes, a Sputnik Sérvia falou com a professora de história do primeiro liceu de Belgrado, Biljana Krstic, que aponta que a informação sobre os bombardeamentos da Iugoslávia é representada de maneira muito informativa e objetiva nos livros escolares: