Os fatos conhecidos sobre o assunto levam a tirar uma conclusão sobre o alto nível de profissionalismo dos serviços secretos chineses e sobre os graves problemas com o regime de segurança das embaixadas americanas no estrangeiro, frisa o perito militar russo Vasily Kashin em um comentário para a Sputnik China.
Julgando pelos dados publicados, se pode supor que as condições de recrutamento de Claiborne estariam de alguma maneira relacionadas com seu namorado — um jovem que no passado teria cometido um crime grave no território da República Popular da China. Os serviços secretos chineses, por sua vez, conseguiram lidar com o problema e salvá-lo de dissabores.
Claiborne cooperou com a inteligência chinesa ao longo de 5 anos, o que é um período considerável. Podemos supor que o fracasso da agente está relacionado com sua própria falta de cautela, em particular, por ela ter mencionado o fato de estar cooperando com a inteligência chinesa em correspondência pessoal, bem como por manter um diário em que mencionou episódios das suas atividades secretas. Talvez a funcionária do Departamento de Estado também não tenha sido muito disciplinada quanto aos gastos, o que poderia ter atraído a atenção dos serviços secretos americanos.
Na maioria dos casos, o FBI receia revelar todos os dados disponíveis em tribunal, já que tem medo de comprometer suas fontes confidenciais de informação. Isto aumenta as chances de sucesso dos acusados. Claiborne, por sua vez, não se reconheceu como culpada e, pelos vistos, espera obter sucesso.
Provavelmente, Claiborne não é a única fonte da inteligência chinesa nas entidades públicas americanas. A histeria americana em relação à alegada intervenção russa nas presidenciais de 2016, e as tentativas de encontrar as provas de uma enorme conspiração da espionagem russa contra os EUA, garantem aos serviços secretos chineses oportunidades propícias para o desenvolvimento ulterior do seu trabalho.
O novo secretário de Estado, Rex Tillerson, está sentindo isolamento por parte de muitos funcionários do Departamento de Estado e evita os contatos diretos com eles. Ao mesmo tempo, os serviços secretos se encontram, de fato, em uma situação de conflito com o presidente Trump, o que torna o sistema americano ainda menos equilibrado e oferece ao Ministério de Segurança de Estado chinês e à inteligência militar do país novas oportunidades para aumentar suas atividades.