EUA e Reino Unido continuam vendendo armas à Arábia Saudita apesar de crimes de guerra

© AFP 2023 / AYEZ NURELDINE Soldados sauditas na fronteira entre a Arábia Saudita e o Iêmen
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Os EUA e o Reino Unido mantêm "relações confortáveis" com a Arábia Saudita que são incompatíveis com os valores de respeito pelos direitos humanos que eles alegam promover, disse o ativista pelos direitos humanos Peter Tatchell.

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Na semana passada, a polícia da Grã-Bretanha começou investigando as alegações sobre crimes cometidos pela Arábia Saudita no Iêmen. A unidade da Polícia Metropolitana SO15, que costuma investigar crimes da guerra cometidos na Segunda Guerra Mundial, agora virou sua atenção para a Arábia Saudita, comunica à Sputnik Internacional o ativista Peter Tatchell que ao mesmo tempo é o autor de uma petição para parar o fornecimento de armas à Arábia Saudita.

"Foi feito um pedido para investigar as alegações que o major-general saudita Ahmed Al-Aziri é diretamente responsável pelos crimes de guerra cometidos pela Arábia Saudita no Iêmen", disse.

"[Os crimes] incluem bombardeios indiscriminados de aéreas civis e uso de bombas de fragmentação. Assim, em evidência 'prima facie', a Arábia Saudita terá alegadamente cometido estes crimes, por isso é correto e adequado que a polícia metropolitana esteja investigando o caso", disse.

Se a polícia iniciar o processo criminal, eles terão de reconstruir a cadeia de comando que realizou os ataques aéreos contra civis no Iêmen e esclarecer quem autorizou o ataque.

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"Depois eles vão esclarecer se a pessoa que ordenou os ataques em questão foi autorizada pelo ministro da Defesa saudita. Eles podem esclarecer a sucessão de ordens, revelar a documentação e evidências para ver se estes três graus diferentes foram instrumentos fundamentais desse crime de guerra, e então, em teoria, a polícia poderia emitir mandados de prisão internacionais contra os funcionários correspondentes", disse Tatchell.

A unidade da Polícia Metropolitana SO15 está realizando "os exercícios de definição" em relação às alegações na véspera da visita da premiê britânica Theresa May para países do Oriente Médio, incluindo a Arábia Saudita, para reforçar as relações comerciais e na área de segurança.

A Arábia Saudita é o maior parceiro comercial do Reino Unido no Oriente Médio e seu maior comprador de armas. Entre abril de 2015 e março de 2016, depois do início da campanha de bombardeios pela Arábia Saudita no Iêmen, o governo da Grã-Bretanha aprovou um acordo de exportação de armas para os sauditas no valor de £ 3,3 bilhões (R$ 12,8 bilhões).

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"Sem dúvida que [a possível investigação policial] é um enorme embaraço para Theresa May e para os sauditas. Eles gostariam que tudo isso desaparecesse e nós, como defensores de direitos humanos, sustentamos que a diplomacia e a política real não devem ignorar as preocupações com os direitos humanos."

"É muito, muito importante cumprir as nossas obrigações na área dos direitos humanos. Assim, o fato de a Grã-Bretanha e os EUA terem relações tão estreitas com a Arábia Saudita é verdadeiramente chocante", disse o ativista.

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