Acusações infundadas: quem realmente utiliza armas químicas na Síria?

© AP Photo / Alfonso PerezEspecialista mostra a jornalistas as roupas especiais utilizadas durante a neutralização de armas químicas
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Oposicionistas sírios acusaram o exército nacional da utilização de armas químicas não apresentando nenhumas provas disso. Mas será que os países ocidentais não necessitam de provas?

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O exército nacional sírio nunca utilizou e não vai utilizar substâncias tóxicas, segundo diz o texto do comunicado do comando militar sobre as acusações por parte da oposição armada de utilização das armas químicas na província de Idlib. O comando do exército sírio lembrou que os grupos terroristas armados acusam Damasco da utilização de armas químicas quando não conseguem alcançar objetivos "no terreno".

Mas será que existe alguém que acredita na informação de Damasco no Ocidente? Paris, logo após ter ouvido sobre o ataque da oposição síria, começou exigindo uma reunião urgente do Conselho da Segurança da ONU, que foi como resultado marcada para o dia 5 de abril. O secretariado da organização internacional expressou inquietação, mas eles ainda não conseguiram verificar a informação e perceber se houve realmente um ataque, comunicou sobre isso o representante do secretário-geral.

Pelos vistos eles tentarão perceber durante a reunião. O essencial é que não haja uma situação como aconteceu com a “proveta de Powell”. Vocês se recordam como o secretário de Estado dos EUA sacudia a vasilha que continha alegadamente uma arma biológica produzida no Iraque. Em seguida os EUA, alegadamente para tentar estabelecer aí a ordem, destruíram todo o país. Vejamos se o chefe da chancelaria da França Jean-Marc Ayrault vai sacudir alguma coisa desta vez.

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Aliás, é possível que os EUA possam apresentar uma posição mais construtiva sobre a Síria do que aconteceu anteriormente. A Casa Branca comunicou que eles classificam Bashar Assad como uma “realidade política” e não veem possibilidade de mudança do regime.

Talvez isso signifique que eles vão começar lutando contra os terroristas e não contra o poder legítimo. Se for assim, a situação deverá melhorar. Mas o secretário de Estado Rex Tillerson já acrescentou que ninguém deve ter ilusões sobre o presidente da Síria, porque só um bárbaro "utiliza armas químicas contra seu próprio povo".

Não é importante que a ONU ainda não tenha percebido se alguém utilizou esta arma em Idlib – Washington nunca preocupou muito com provas. Por isso, parece que a Casa Branca apenas deixou temporariamente de fora a ideia de resolver a questão de Assad.

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Por outro lado, as atuais autoridades dos EUA querem muito se abster de tudo o que os possa ligar aos antecessores mais recentes. O ataque em Idlib foi classificado como uma “ação terrível” que surgiu em resposta à inatividade da última administração. E agora parece ser uma questão de honra para eles corrigir estes erros, ou pelo menos criar a ideia disso. A próxima reunião em Paris deverá mostrar se os EUA alteraram realmente a sua posição. Pelo menos isso é muito aguardado em Paris.

O ministro das Relações Exteriores da França prometeu que o seu país, que nunca recuou, não vai recuar agora – mas falta perceber se Washington a apoiará (não na luta contra os terroristas, mas em relação à mudança do regime político na Síria).

Resta esperar que as palavras de Washington não contrariem os atos (pelo menos naquela parte em que descreve Assad como uma realidade política) e que a França não se disponha a mudar o poder na Síria sozinha.

Maria Balyabina para o serviço russo da rádio Sputnik.

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