Do ponto de vista de Teerã, as armas químicas foram usadas "como pretexto para ações unilaterais que representam uma ameaça e são contrárias ao Direito Internacional".
Com mais detalhes para a Sputnik Persa se pronunciou Hossein Sheikholeslam, conselheiro do ministro do Exterior do Irã e ex-embaixador do Irã na República Árabe Síria (198-2003).
"Sem a menor dúvida, o Irã condena essas ações dos EUA. Estes ataques foram planejados. A base aérea Shayrat é uma base importante do exército sírio. Foi a partir desse aeródromo que foram atacados os aviões de combate israelenses que estavam no espaço aéreo sírio. Shayrat é um dos principais campos de operações militares na luta contra o terrorismo", explica Hossein Sheikholeslam.
"É obvio que se trata de um conluio que foi necessário naquelas condições, quando os terroristas ficaram desmoralizados. Os extremistas estão perdendo. A preponderância política está do lado do governo sírio e seus aliados como o Hezbollah, Irã e Rússia. A relação de forças mudou na linha de frente. E os lados que perderam, os EUA, Israel e Arábia Saudita, criaram este conluio para que os extremistas possam continuar sua atividade destruidora", esclarece o político.
Hossein Sheikholeslam assegura que se o ataque químico fosse realizado por parte da Síria isso seria um passo louco e irracional, pois todos os arsenais químicos estão sob controle da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e seria ridículo pisar este caminho.
Ele adverte que a tensão apenas irá aumentar e pode ter consequências perigosas e irreversíveis parecidas às que ocorreram depois da invasão pelos EUA do Iraque em 2003 e do Afeganistão em 2011.
"Até hoje estamos sofrendo as consequências dessas agressões. O terrorismo gerado é um resultado das ações voluntariosas que contradizem a Carta das Nações Unidas contra um Estado soberano e membro da ONU", concluiu Hossein Sheikholeslam.