O ataque transmite um sinal à China: os EUA estão prontos a desempenhar o papel de policial mundial, a serem mais ativos na península da Coreia e na área do mar do Sul da China, consideram diversos analistas russos entrevistados pela Sputnik China. Ao mesmo tempo, eles opinam que esta ação foi um grande erro dos EUA, pois a China não cede à pressão de Washington.
Vladimir Evseev, analista militar russo, aponta que não se tratou de uma coincidência, os EUA quiseram mostrar o seu poder na Síria e influenciar a China, mostrar que, se podem usar a força na Síria, podem-na usar em qualquer outro lugar, por exemplo, no mar do Sul da China.
"Foi um sinal para a China. Um sinal sobre prontidão dos EUA de usar as Forças Armadas para defender os seus interesses nacionais, embora tal não esteja muito claro no exemplo da Síria. O ataque dos americanos é uma provocação. Tudo se parece muito com uma operação especialmente preparada, que sem dúvida foi feita coincidir com a visita do líder chinês", destaca o analista.
Outro especialista russo, Aleksandr Lomanov, recorda o provérbio chinês "matar a galinha para assustar o macaco" e vê em toda esta situação uma demonstração por Trump do poder americano.
"Que efeito tem esta ação de Trump em Xi Jinping, que, ao contrário do presidente dos EUA, é um político com experiência enorme e forte intuição?", pergunta Aleksandr Lomanov, e logo responde: Veremos, para isso é preciso tempo".
Vasily Kashin, especialista militar russo, considera por sua vez que Trump cometeu um erro, porque a parte chinesa pode ver nesta ação uma tentativa de humilhar. Kashin está seguro de que, primeiro, a China não fará nada, mas depois vai reagir adequadamente.
"Apesar de quererem excluir Bashar Assad da resolução da crise síria, os EUA tentaram mostrar à Rússia e à comunidade internacional sua firmeza, independência e posição dominante na resolução do problema sírio", opina o especialista chinês.
Na sexta-feira (7) Hu Chuning, representante oficial da chancelaria chinesa, declarou que a China respeita o governo de Assad e que seu futuro tem que ser determinado pelo povo sírio.
"A China sempre foi contra o uso da força militar nas relações internacionais. Os conflitos devem ser resolvidos por meio das negociações e diálogo. Preocupamo-nos cada vez mais com a situação atual na Síria", disse o diplomata.