"Tudo pode ser esclarecido se houver vontade, mas nesse caso, claro, se destrói a imagem do inimigo. Já não se pode dizer: estes são os bons, e nós fazemos parte deles, e aqueles são os maus", comentou Luders ao ZDF, sublinhando que tal imagem tem muito pouco a ver com a realidade.
A imagem do inimigo, segundo ele, é também criada graças a fotografias semelhantes à que retrata o menino Omran de Aleppo sangrado, que alegadamente teria sido vítima de um bombardeio. Em agosto de 2016, esta imagem circulou por todas as capas de jornais em todo o mundo e se tornou em um símbolo da guerra síria destinado a demonstrar as "atrocidades" do regime.
Ao mesmo tempo, o autor da imagem, como se revelou, tem relação próxima aos militantes — em uma das fotos ele aparece ao lado dos jihadistas que decapitaram uma criança para gravar um vídeo propagandista.
"Aquilo que se passa com as crianças na Síria é horroroso, mas é infame também que centros midiáticos duvidosos, financiados por nós, contribuintes europeus, são usados pelos agrupamentos jihadistas apresentados, por sua vez, como lutadores pela liberdade", assegurou o cientista político.
Luders realçou que nenhum jornalista alemão fala destas ligações. "Cria-se a impressão que para eles não é importante analisar, mas sim manter a imagem do inimigo", resumiu.