Entre Kremlin e Casa Branca: aliados dos EUA olham para Rússia?

© AFP 2023 / Hassan Ammar Riad, capital da Arábia Saudita
Riad, capital da Arábia Saudita - Sputnik Brasil
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Na segunda-feira (17), Valentina Matvienko, presidente do Conselho da Federação, câmara alta do parlamento russo, terminou sua visita à Arábia Saudita. A política realizou uma série de encontros, inclusive o com o rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud.

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Foi destacado que, ao contrário de Theresa May, que durante sua visita à Arábia Saudita estava vestida com um vestido secular, Valentina Matvienko chegou à capital saudita de vestido verde comprido e usando lenço. A política russa explicou sua escolha, primeiro pela etiqueta diplomática e depois pela educação pessoal, pois sem o respeito pela outra cultura não acontecerá um diálogo produtivo e franco.

Mas nada impediu a Valentina Matvienko de reprovar de forma dura o apoio saudita ao recente ataque americano realizado contra a Síria.

Petróleo, S-400 e sistema bancário islâmico

No foco das negociações esteve a cooperação na área petrolífera. Moscou e Riad estão regulando sua interação na área de redução da exportação de petróleo. Ambos os países cumpriram plenamente seus deveres no âmbito dos acordos da OPEP. Matvienko expressou confiança de que esta colaboração continuará.

Esta cooperação é mutuamente vantajosa: ela permite manter os preços do petróleo a um nível satisfatório, em que estão interessados tanto o Kremlin, quanto a monarquia saudita. Existiam rumores, na altura, que Obama tenha convencido Riad a fazer desabar os preços para prejudicar à Rússia. Mas hoje em dia os governos russo e saudita interagem de modo ativo. É curioso, mas apesar das relações estreitas com os EUA, a Arábia Saudita não apoiou a introdução de sanções antirrussas.

Outro assunto em discussão foi o sistema de defesa antiaérea russo S-400, no qual Riade se mostrou interessada. Neste sentido, a Rússia se torna concorrente do maior fornecedor de armas para os sauditas — os EUA.

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Outro aspecto das negociações abordou a chegada à Rússia do "sistema bancário islâmico". O problema é que, de acordo com as normas do islã, os bancos sauditas não admitem contratos de crédito com juros e negócios de futuros para financiamento de projetos. O seu funcionamento ótimo na Rússia e, consequentemente, os investimentos sauditas exigem normas jurídicas especiais. Já existe essa experiência a nível regional, em primeiro lugar no Tataristão. Resta aprovar essas inovações legislativas a nível do país.

Durante o encontro, Valentina Matvienko comunicou à comunidade empresarial do reino que os projetos conjuntos russo-sauditas, no total de 3 bilhões de dólares, começarão funcionando em 2017.

Foi também destacado que o rei saudita aceitou o convite do presidente russo para visitar Rússia.

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Moscou e Riad têm divergências na avaliação do conflito sírio e da situação em torno do Irã. No entanto, há pontos de contato: o conflito entre Israel e Palestina e a regulação pacífica da crise síria. Há divergências sérias quanto ao futuro do presidente Assad.

As relações entre os EUA e a Arábia Saudita foram debilitadas pela demanda judicial de cidadãos norte-americanos contra Riad, acusando as autoridades sauditas de terem apoiado a organização terrorista Al-Qaeda, proibida na Rússia, que organizou os atentados terroristas em 11 de setembro de 2001.

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