Mas nada impediu a Valentina Matvienko de reprovar de forma dura o apoio saudita ao recente ataque americano realizado contra a Síria.
Petróleo, S-400 e sistema bancário islâmico
No foco das negociações esteve a cooperação na área petrolífera. Moscou e Riad estão regulando sua interação na área de redução da exportação de petróleo. Ambos os países cumpriram plenamente seus deveres no âmbito dos acordos da OPEP. Matvienko expressou confiança de que esta colaboração continuará.
Esta cooperação é mutuamente vantajosa: ela permite manter os preços do petróleo a um nível satisfatório, em que estão interessados tanto o Kremlin, quanto a monarquia saudita. Existiam rumores, na altura, que Obama tenha convencido Riad a fazer desabar os preços para prejudicar à Rússia. Mas hoje em dia os governos russo e saudita interagem de modo ativo. É curioso, mas apesar das relações estreitas com os EUA, a Arábia Saudita não apoiou a introdução de sanções antirrussas.
Outro assunto em discussão foi o sistema de defesa antiaérea russo S-400, no qual Riade se mostrou interessada. Neste sentido, a Rússia se torna concorrente do maior fornecedor de armas para os sauditas — os EUA.
Durante o encontro, Valentina Matvienko comunicou à comunidade empresarial do reino que os projetos conjuntos russo-sauditas, no total de 3 bilhões de dólares, começarão funcionando em 2017.
Foi também destacado que o rei saudita aceitou o convite do presidente russo para visitar Rússia.
Será possível uma cooperação regional?
As relações entre os EUA e a Arábia Saudita foram debilitadas pela demanda judicial de cidadãos norte-americanos contra Riad, acusando as autoridades sauditas de terem apoiado a organização terrorista Al-Qaeda, proibida na Rússia, que organizou os atentados terroristas em 11 de setembro de 2001.