O economista debateu no programa "Telescopio" da Spunik Mundo sobre ps motivos manifestados pelo secretário geral da ONU, António Guterres, ao finalizar em outubro de 2017, a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na siga em francês). O analista haitiano se expressou a favor da medida, exigida por vários setores da sociedade "há muito tempo".
"São 13 anos de dor, de sofrimento, de uma ocupação que não atingiu os objetivos fixados… São 13 anos de violação dos direitos básicos do povo do Haiti. O importante é que a ONU reconheça sua culpa nos danos e feitos e entre em um processo de reparação pagar suas dívidas aos haitianos, assim que saudamos essa decisão. É importante ressaltar o balanço negativo desta missão. Agora uma redefinição completa das relações com Haiti", afirmou Chalmers.
A consulta eleitoral, disse, se desenvolveu "em um clima desfavorável para a credibilidade das instituições democráticas". "Isso significa que estamos em um processo de consolidação de construção de uma relação de confiança entre o povo e o Estado".
Chalmers considerou que "é importante que os militares saiam", mas "não é o elemento final porque há muitos outros mecanismos de controle externos". O professor disse que o país está seguindo "políticas neoliberais" devido ao interesse de outros países. Por isso, a opinião que a nação deve "tomar consciência de todo o [aspecto] negativo" que viveu nos 13 anos "para entrar em um verdadeiro e autêntico processo de recuperação da soberania nacional".
Os jovens do país que têm a oportunidade abandonam a ilha em busca de melhores perspectivas, sobre todos os outros países latino-americanos como o Chile, Equador o Brasil. Este êxodo não se deve unicamente pela frágil conjuntura econômica, mas também pela situação política.
"As últimas eleições foram ganhas pelos setores de direita que têm certa nostalgia quanto a restabelecer um sistema autoritário" como o que regeu o país durante o mandato de [Jean-Claude] Duvalier (Baby Doc)". Isso se traduziu em novas leis que conduziram, ao entender do entrevistado, "ao restabelecimento de um apoio do clima repressivo apoiado por setores da comunidade internacional". Estas normas abrem caminho para favorecer "a dependência da economia nacional do serviço de transnacionais norte-americanas".
Por um longo tempo, a composição principalmente latino-americana das trocas da Minustah foi destacada por expoentes da região. Para Chalmers, "as forças de ocupação, independentemente da sua origem, ferem os povos e são uma afronta à dignidade nacional". O economista disse que "as forças latino-americanos foram usadas e manipuladas dentro de um projeto imperial controlado pelos EUA e a União Europeia".