A professora de economia da Universidade de São Paulo (USP), Lenina Pomeranz, acredita que o Brasil pode ajudar a encontrar uma solução diplomática para o conflito.
"O Brasil pode ajudar no contexto das Nações Unidas, fazendo relações amistosas, procurando intervir nas negociações e tendo uma posição muito clara. Ninguém deseja que o conflito se acirre e que nós cheguemos a uma situação de guerra."
Os palestrantes analisaram também o fortalecimento da liderança de Putin e seu papel na condução da Rússia em eventos, como a guerra da Geórgia, em 2008, a anexação da Crimeia e o conflito com a Ucrânia, desde 2014, além da crise na Síria. Sobre a participação da Rússia na guerra da Síria, o professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), Gustavo Trompowsky Heck, destacou a influência militar direta do presidente Vladimir Putin, causando o recuo da organização Daesh no conflito.
"Ele (Putin) chegou e disse eu estou presente com o poder militar. Quando ele demostra claramente a sua presença na Síria, faz de uma forma absolutamente interessante. O recuo do Daesh na Síria e no Iraque se dá a partir do momento que a Rússia entra na chamada Guerra da Síria."
Já o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Fernando Collor (PTC-AL), destacou na audiência a importância do Brasil não se isolar do resto do mundo e cada vez mais promover uma maior abertura, destacando a aprovação da nova Lei da Migração no Senado. "Acabou de ser votado aqui no Senado e no Congresso Nacional a Lei da Migração. Uma lei que reestrutura inteiramente a antiga lei dos estrangeiros e que vem lá do século passado e que mostra o país o Brasil como um país fraterno e amigo."
Ainda durante a audiência pública, os palestrantes também debateram a questão da dependência da União Europeia ao gás natural russo, e as implicações do relacionamento do presidente da Rússia, Vladimir Putin com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os especialistas ainda defenderam uma maior aproximação dos grandes líderes ocidentais em relação à Rússia, defendendo a construção de uma cooperação internacional que respeite os interesses de todos os lados. No caso da Rússia, os participantes da audiência pública acham necessário o fim da manutenção de bases navais na regiões da Crimeia e na Síria.