O Ocidente reconhece: "O exército russo pode fazer a guerra sozinho… Será difícil para Rússia ocupar países, mas ela pode eliminar suas forças armadas… A administração russa está olhando para o futuro… O tempo em que a Rússia podia ser ignorada ou considerada pouco importante já passou".
O exército e a marinha foram a base do país durante séculos. Mas a história das reformas do final do século XX lembra uma verdadeira batalha pela existência do exército russo.
Conseguir a qualquer preço
No âmbito da Comunidade dos Estados Independentes (antigos Estados soviéticos) estava planejado manter um exército único, mas no final ele foi dividido. A Rússia herdou um exército com mais de 2,8 milhões de efetivos.
Nos anos noventa, o país viveu uma febre econômica e financeira. O salário de um oficial superior era de 5 dólares dos EUA e era pago com um atraso de 5 ou 6 meses. Havia falta de recursos materiais e de combustível. Milhares de tanques modernos foram abatidos, os porta-aviões Minsk e Novorossiysk foram vendidos a preço de sucata.
Milhares de oficiais se despediram numa situação de indefinição. Paralelamente surgiam ações militares no Cáucaso, a OTAN se expandia para oriente.
Nos meados dos anos noventa, restaram só as pessoas que eram na verdade fieis ao seu trabalho. Estas pessoas constituíram a base, depois o país recuperou e foi iniciado o restabelecimento da capacidade de combate.
A base legal das Forças Armadas foi criada só em 2000, quando foi aprovada a Concepção da Segurança Nacional e a Doutrina Militar da Rússia.
Ultimato do tempo
"Após a desintegração da União Soviética, o mundo podia ter entrado em uma época de paz e cooperação, mas houve um país que considerou ser o único dono da vitória e não tinha mais que ter em consideração os outros países", acrescentou a Agora Vox.
As operações do Pentágono no Oriente Médio, a desagregação da Iugoslávia, a expansão da OTAN e a ofensiva do terrorismo internacional dissiparam todas as ilusões sobre um "mundo sem guerra".
Apesar da instabilidade econômica, estando sob pressão a Rússia teve que recuperar gradualmente as suas capacidades defensivas. Nos anos noventa, foi iniciada a modernização do exército, mas os êxitos foram alcançados só em 2008, após a Rússia ter enfrentado o equipamento da OTAN na Geórgia.
"Graças às reformas iniciados em outubro de 2008 e ao programa de modernização estimado em 670 milhões de dólares, as forças armadas se tornaram uma das ferramentas mais confiáveis da Rússia", comunica o The National Interest.
Só em 2016, o exército russo obteve mais de 5,5 mil armas e peças de equipamento militar, incluindo mais de 60 sistemas de mísseis antiaéreos, 310 tanques novos e modernizados e 60 aviões, bem como 23 sistemas Yars com mísseis balísticos intercontinentais.
A Força Aeroespacial recebeu cinco conjuntos de sistemas S-400 Triumf, novos caças Su-35S da geração 4++, bombardeiros modernizados Tu-160 e Tu-95, helicópteros Mi-28N, Ka-52 e Mi-35M.
A Marinha também foi muito reforçada. Só a Frota do Norte recebeu em 2014 vários navios e submarinos a diesel Varshavyanka com mísseis de cruzeiro Kalibr.
Está sendo desenvolvida a infraestrutura militar no Ártico e no Extremo Oriente. Os S-400 e os sistemas Bal e Bastion entraram em funcionamento nas Ilhas Curilas e na península de Kamchatka.
A Rússia planeja criar porta-aviões nucleares de nova geração e está testando seu míssil hipersônico Tsirkon.
"A Rússia realizou o programa de modernização completa do exército até 2020 já em 47% […] Moscou ultrapassa seus prazos em 1,5 vezes", comunica o The Washington Times.
Segundo a SIPRI (Universidade de Estocolmo), a Rússia entrou em 2016 no grupo dos três líderes mundiais em gastos militares com 69,2 bilhões de dólares.
A Rússia não ameaça ninguém, mas as capacidades das forças armadas e do domínio da produção militar permitiram reforçar a influência militar e obter 27% do mercado de armas.
Eficiência de combate
A Marinha russa regressou ao Oceano Mundial. Os navios russos preocupam regularmente os EUA e seus aliados em várias partes do planeta, os aviões dos grupos navais realizam missões da patrulha.
A experiência militar permite modernizar eficientemente a estrutura das tropas, as armas e a tática de sua utilização. Muitos conhecem hoje os sistemas de mísseis russos Kalibr-NK, Bal, Bastion e Iskander, bem como os caças da Sukhoi.
Os sistemas russos de guerra eletrônica são conhecidos como os melhores do mundo. O tanque T-14 Armata, que não tem análogos no mundo, está sendo produzido em série.
A doutrina militar e naval russa e a capacidade de defesa crescente forçam o Pentágono a mudar sua estratégia.
Passados 25 anos após a desintegração da União Soviética, o nosso país se tornou mais forte do que qualquer agressor potencial.
Aleksandr Khrolenko para a Sputnik