Ele acrescentou que, "a esse respeito, é particularmente importante que façamos ainda mais para secar as tréguas financeiras usadas para financiar o programa nuclear".
As negociações da Coreia do Norte com a Alemanha remontam aos dias em que o país europeu ainda estava dividido pelo muro de Berlim. Pyongyang manteve relações diplomáticas fortes com o governo comunista na Alemanha Oriental e possuía não só uma embaixada lá, mas diversos edifícios em torno de Berlim do leste. O composto diplomático labiríntico era, naqueles dias, representado por 100 diplomatas norte-coreanos. Hoje, apenas 10 permanecem.
Enquanto a embaixada permanece em operação, um de seus prédios foi transformado em um hotel econômico e outro em um centro de conferências. A embaixada norte-coreana disse que obtém "números altos de cinco dígitos" de aluguel na propriedade que aluga a dois contratados desde 2004.
Mesmo que os hóspedes deste hotel paguem apenas US $ 18 por noite, Pyongyang faz dezenas de milhares de euros por mês com o aluguel. O dinheiro é, ao menos oficialmente, usado pela Coreia do Norte para financiar missões diplomáticas, bem como para a tecnologia de dupla utilização e itens de luxo.
As medidas alemãs propostas terão como objetivo evitar que a embaixada da Coreia do Norte em Berlim opere com êxito os negócios com base no fato de que a ação está em conformidade com uma resolução da ONU de novembro convidando os estados membros a limar fontes de renda norte-coreanas.
#China said it hope for a clear message to be sent with new #UN #sanctions on North Korea over its nuclear program.#trump #coal #resolution pic.twitter.com/h0pjLSU16Y
— eriyafree (@loveyltass) 2 de dezembro de 2016
A resolução da ONU aprovada em novembro afirma enfaticamente que "todos os países membros devem proibir a Coreia do Norte de usar imóveis que possui ou aluga para outras atividades que não as diplomáticas ou consulares".
É bem possível que o governo alemão esteja esteja se juntando no esforço contra a Coreia do Norte comandado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Em uma entrevista em abril, o presidente deu a ominosa advertência de que um conflito de grandes proporções com o país era possível.
O anúncio do governo alemão também segue na esteira da advertência do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, na sexta-feira 28 de abril, de que qualquer falha em conter as capacidades nucleares da Coreia do Norte pode levar a "conseqüências catastróficas" para a comunidade internacional. No entanto, a Rússia e a China advertiram contra Washington a tomar medidas unilaterais e ameaçar a força militar para pacificar o problema.
O vice-ministro russo de Relações Exteriores, Gennady Gatilov, rejeitou a fala de Tillerson no Conselho de Segurança, dizendo que "a retórica combativa associada à imprudente flexão de músculos levou a uma situação em que o mundo inteiro está se perguntando se haverá guerra ou não".
O governo Trump teria passado tempo procurando canais diplomáticos com Pequim para tentar convencer os chineses a influenciar Pyongyang. No entanto, o chanceler chinês Wang Yi disse ao Conselho de Segurança que "a chave para resolver a questão nuclear na Península não está nas mãos da China".
Tillerson também apelou às preocupações dos aliados dos EUA na Ásia-Pacífico, nomeadamente o Japão e a Coreia do Sul, dizendo que "a ameaça de um ataque nuclear contra Seul ou Tóquio é real e é apenas uma questão de tempo até os norte-coreanos desenvolverem a capacidade de atingir o continente americano".
Os comentários de Tillerson acontecem em um momento em que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reafirmou sua intenção de promover a revogação da constituição pacifista do Japão e colocar o país no caminho da remilitarização.
Desde que assumiu o cargo no Salão Oval, o presidente Trump fez do bate-boca com os norte-coreanos o marco de sua política externa, e parece que, lenta mas seguramente, está se formando uma segunda "coalizão" — com a Alemanha agora a bordo.