Entretanto, muitos especialistas destacam que é graças a Brigitte que Emmanuel conseguiu "mudar-se" do gabinete de ministro da Economia ao Palácio do Eliseu.
Casamentos desiguais
François Hollande, que vai abandonar nos próximos dias o Palácio do Eliseu, teve relacionamentos controversos durante o mandato, por exemplo, Julie Gayet, sua namorada, é 18 anos mais nova do que o atual presidente francês.
Do outro lado do oceano, nos EUA, a situação não muda muito. Donald Trump tem 70 anos, enquanto Melania, terceira esposa dele, tem 47. A diferença entre os dois cônjuges é de 23 anos, praticamente a mesma que entre Macron e Trogneux.
O presidente brasileiro Michel Temer tem 76 anos de idade. Marcela, sua segunda esposa, tem 33, ou seja, tem 43 anos menos do que o presidente.
O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi também preferia mulheres muito mais jovens do que ele. Após a separação de Verónica Lario, sua ex-mulher, 20 anos mais jovem, em 2012 ele começou um relacionamento com Francesca Pascale, nascida em 1985. Ou seja, quase 50 mais jovem.
Então, por que a diferença de idade entre Macron e Trogneux é tão discutida?
Regras da espécie
A Sputnik Mundo consultou a especialista uruguaia da Articulação Feminista do Mercosul, Lilián Celiberti, que explicou as possíveis razões pelas quais o mundo está tão interessado nos detalhes curiosos do casal francês.
"A regra de espécie afirma que o macho é o protetor, o elemento primordial do casal. Ele é tudo e a mulher é um complemento. Por isso, a mulher é menor, e mesmo a diferença de muitos anos é absolutamente considerada natural", disse Celiberti. Segundo ela, a sociedade aceita e normaliza as relações entre "homens com poder e mulheres muito mais jovens, bonitas, que decoram seu ambiente social".
Amor que não se importa com a idade
Um filme de Hollywood pode basear-se na sua história de amor. Macron e Trogneux começaram a namorar em meados da década de 1990, quando o presidente eleito era um adolescente e sua atual esposa era sua professora de literatura e teatro no liceu em Amiens. A propósito, Brigitte já era casada. A relação causou um escândalo na cidade conservadora. Os pais de Macron o mandaram estudar para Paris e o relacionamento foi mantido em segredo.
Ao vencer o primeiro turno das eleições, Macron dedicou seu discurso a sua esposa:
"Sem ela, eu não seria quem sou", disse ele perante uma multidão, acompanhado de Brigitte.
Lilián Celiberti disse que embora o casal se tivesse conhecido nas circunstâncias mencionadas, "passaram muitos anos" e que, portanto, a natureza da ligação não é nada nova. Segundo ela, as regras da espécie humana não devem obstaculizar que "dois adultos que se encontram e se sentem enamorados, compartilhem suas vidas".
"Não é um casal novo. E já se sabia desde o início que essa era a situação. Não é uma novidade. A única novidade é que [Macron] ganhou a eleição… ", concluiu ela.