Parece que a maioria dos franceses apoia seu novo presidente, mas devemos levar em consideração a quantidade de votos nulos (quase 10 %) e de pessoas que simplesmente decidiram não votar. Nestas eleições foi registrado o nível de não comparecimento mais elevado desde 1969.
Os especialistas pensam que a vantagem bastante grande que Macron ganhou no segundo turno das eleições fala sobre a existência de forças que querem conter os sentimentos de eurocepticismo e de nacionalismo na Europa.
O site da agência Euronews cita as palavras da especialista na área da política da Universidade Centro-Europia, Dorit Geva, que escrevendo que "a maioria [dos franceses] julga que seus interesses não são representados por nenhum dos candidatos, por nenhum partido". "A França permanece um país profundamente dividido", opina a especialista.
No início do ano, depois da vitória de Donald Trump e do referendo sobre o processo do Brexit, existiu a impressão de que o populismo invadiria a Europa. Os líderes dos partidos de direita da Holanda e da França (Geert Wilders e Marine Le Pen, respectivamente) tiveram um bom resultado nas eleições – Wilders nas eleições parlamentares e Le Pen nas eleições regionais.
Todavia, venceram Emmanuel Macron (na França) e Mark Rutte (na Holanda), o que é favorável para Bruxelas e para o futuro da União Europeia. Mas não devemos esquecer os resultados impressionantes dos candidatos franceses antieuropeus – de Jean-Luc Mélenchon e Marine Le Pen.
Se Macron não conseguir realizar com êxito as reformas econômicas na França, as próximas eleições de 2022 serão ganhas por Le Pen, creem vários especialistas, por exemplo, ex-líder do Partido de Independência do Reino Unido, Nigel Farage.
O pai de Marine Le Pen, Jean-Marie Le Pen, explicou a derrota da sua filha por sua própria vontade perseverante de sair da União Europeia e lhe propõe para suavizar sua política, que assusta muitos eleitores franceses.
A França espera agora a realização de reformas pelo seu ex-ministro da Economia e atual presidente, Emmanuel Macron. Suas promessas e sua vitória são importantes do ponto de vista da integração europeia e são importantes para os investidores internacionais, que querem sentir confiança na região europeia.
Anteriormente, em uma entrevista à emissora 4 News, o futuro presidente Macron disse que quer mostrar que o processo de saída da União Europeia não decorrerá sem consequências graves. "Se seu governo decide sair da União [Macron fala sobre o governo do Reino Unido], eu vou ser duro, porque preciso de manter a parte que resta da UE […] O fim não é punir, mas mostrar que as consequências devem corresponder à decisão tomada. Vocês não receberão um passaporte para acesso ao mercado comum se deixarem a União Europeia."
A agência de ranking Moody's avaliou as reformas econômicas de Macron dizendo que elas são realmente positivas para a França, mas a principal pergunta agora é se elas realmente serão realizadas.
O diretor do Instituto Internacional de Estados Modernos, Aleksei Martynov, pensa que "os franceses foram simplesmente enganados usando tecnologias políticas e manipulações latentes".
Existe uma opinião que há uma nova tecnologia política na Europa depois do processo do Brexit. "É muito provável que a própria euroburocracia terá encomendado essa tecnologia, porque Bruxelas tem medo depois do Brexit", disse o especialista.
Pois, agora é preciso esperar a realização das reformas planejadas, a vitória de Macron pode se tornar apenas um adiamento, porque as forças antieuropeias na França continuam crescendo. Macron espera suavizar as demandas da Alemanha de medidas duras de austeridade econômica e de introduzir no seu país reformas radicais que deem vantagem às empresas. Se ele conseguir realizar este plano, ele vai derrotar os apoiantes da política antieuropeia em todo o continente.