No entanto, em 2008, a vida delas mudou de modo radical após a fuga de uma de suas criadas, que buscou ajuda da polícia.
A criada afirmou que ela e as outras criadas eram forçadas a trabalhar horas sem descanso, às vezes sem comida suficiente e sem camas para dormir, tendo sido seus vistos confiscados pelas donas.
A polícia belga iniciou a investigação e veio a descobrir que as mulheres estavam vivendo de fato em "condições desumanas".
No entanto, passada quase uma década, a xeique al-Nahyan e suas filhas ainda não foram condenadas por crime algum.
A xeique faz parte da família que comanda Abu Dhabi e que possui influência internacional.
Vale destacar que o xeique Mansour bin Zayed al-Nahyan é proprietário do clube de futebol inglês Manchester City.
O advogado da família real repetiu muitas vezes que a polícia belga violou os direitos das princesas ao efetuar buscas em seus quartos no hotel.
No entanto, o sistema de justiça belga está avançando com o caso. As mulheres são acusadas de tráfico de pessoas e de violação da regulamentação trabalhista da Bélgica.
Se as princesas al-Nahyan forem condenadas, o caso poderia se tornar um precedente significativo contra a escravidão moderna.
O sistema permite aos empregadores que se tornem guardiões legais de criados e que possam batê-los. Os criados também têm que receber permissão dos donos antes de buscar um novo empregador.
Porém, alguns grupos de direitos humanos europeus receiam que o caso já tenha sido adiado por muito tempo e que a Kalafa continue sendo permitido.
Em entrevista ao jornal alemão Deutsche Welle, a porta-voz da organização de direitos humanos da Bélgica, Patricia LeCocq, disse:
"Se a corte decidir que há provas suficientes para continuar com o caso de tráfico de pessoas, os acusados podem ter que pagar indenização aos seus empregados e até ser presos. Mas o problema é que este caso já tem vários anos de idade. Mesmo que as princesas sejam condenadas, a pena pode ser muito branda", comentou.