A aproximação das Filipinas e China é possível?

© REUTERS / Kim Kyung-HoonO presidente filipino, Rodrigo Duterte, assiste ao Fórum Econômico em Tóquio, no Japão, em 26 de outubro de 2016
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O fechamento do acordo a respeito de investimentos chineses no valor de 9 bilhões de dólares dos EUA foi o resultado das negociações do presidente das Filipinas Rodrigo Duterte em Pequim.

Ao mesmo tempo, as necessidades do país em investimentos são bastante mais altas. Sobre isso falou o ministro das Finanças das Filipinas Carlos Domingues, de acordo com informação do jornal South China Morning Post. A aproximação de Manila a Pequim é possível? A esta pergunta responde à Sputnik China o vice-diretor do Instituto dos Países da Ásia e África da Universidade Estatal de Moscou Andrei Karneev.

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Segundo as palavras do ministro das Finanças das Filipinas, Manila vai buscar fontes alternativas de financiamento dos projetos de infraestrutura para evitar o aumento da dependência da China. Para as Filipinas, que é um dos países mais pobres da região, a necessidade de investimentos é de cerca de 167 bilhões de dólares.

Entretanto, Carlos Domingues declarou que a China não pode ser considerada como a principal fonte de financiamento. O governo filipino já anunciou que estão sendo estudadas propostas da Coreia do Sul e do Japão. Também é possível que os EUA possam prometer alguma coisa.

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As relações das Filipinas com a China melhoraram nos últimos tempos, embora ambos os lados se oponham em disputas territoriais no mar do Sul da China. Porém, Duterte parece continuar balançando entre as grandes potências e poderá melhorar as relações com os EUA e outros países se disso puder extrair vantagens práticas.

No final de abril, foi realizada uma conversa telefônica entre Trump e Duterte durante a qual o presidente dos EUA convidou Duterte a visitar Washington. O comunicado da Casa Branca refere que os presidentes dos EUA e das Filipinas tiveram "uma conversa amigável", tendo discutido a segurança no Sudeste Asiático, bem como o combate contra o tráfico de drogas que Duterte anunciou nas Filipinas. Não está clara a situação com a visita de Duterte aos EUA nos próximos meses, porém já se sabe que em novembro Donald Trump vai visitar as Filipinas, onde vai participar na cúpula da Ásia Oriental e na cúpula EUA-ASEAN. Com certeza que o presidente americano vai oferecer ao líder filipino algum novo acordo. É bem complicado prognosticar a reação de Duterte, e não apenas por causa de sua tendência para atitudes inesperadas.

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Apesar dos esforços dos EUA para recuperar suas posições nas Filipinas, o papel principal na definição do vetor da diplomacia filipina vai ser desempenhado pela China, segundo a opinião da maioria de especialistas.

Pequim parece estar preparado para um compromisso com Filipinas, que foram seu oponente na Corte Penal Internacional em Haia.

Filipinas e China querem iniciar consultas a respeito da questão territorial no mar do Sul da China na próxima semana, e este dialogo deve se tornar regular. Na terça-feira (16), a representante do MRE da China Hua Chunying confirmou que as consultas começarão no dia 19 de maio na cidade chinesa de Guiyang. O diálogo sobre a questão territorial pode se tornar um novo ponto de partida nas relações entre os dois países. Para a reconciliação com Manila, China pode usar o atrativo dos seus projetos de cooperação econômica.

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