O aliado mais próximo dos EUA na região, o Japão, fez decolar um avião F-15 devido ao alerta de aparecimento de um drone na área das ilhas disputadas Senkaku. Segundo o serviço de segurança japonês, quatro navios chineses entraram na quinta (18) nas águas territoriais do Japão perto das ilhas Senkaku. Depois, foi lançado um drone de um dos navios. O Ministério das Relações Exteriores enviou uma nota de protesto para a China através da sua embaixada.
A Marinha dos EUA começou no mesmo dia a deslocação do seu porta-aviões USS Ronald Reagan da base japonesa de Yokosuka para a costa coreana, onde já se encontra o grupo de ataque chefiado por outro porta-aviões, o USS Carl Vinson.
Para que precisam os EUA de dois grupos de ataque ao mesmo tempo na área da península da Coreia?
Particularidades das manobras
Costuma-se dizer que a situação tensa na península da Coreia ficou mais grave devido ao último teste de míssil realizado por Pyongyang em 14 de maio. Mas o grupo naval chefiado pelo USS Carl Vinson foi enviado para área muito antes, o mesmo aconteceu com as manobras conjuntas de Seul e Washington, destinados a mostrar o poder dos EUA à Coreia do Norte. O analista da Sputnik Aleksandr Khrolenko destaca que os testes de Pyongyang como regra coincidem com treinamentos dos EUA e Coreia do Sul.
"Ora, este círculo é muito mais largo do que parece. O objetivo principal das manobras dos EUA no oceano Pacífico é a China", opina analista Khrolenko.
O avião WC-135 Constant Phoenix interceptado, cuja missão é coletar amostras da atmosfera para detectar e identificar explosões nucleares, realizava uma operação de rotina no espaço aéreo internacional sobre o mar da China Oriental. Mesmo assim, a aeronave não deixa de ser um avião de reconhecimento e sabemos que águas do mar da China Oriental banham a China.
O voo de WC-135W Constant Phoenix é apenas pequeno elo na série de acontecimentos, destaca Krolenko.
Outro fato para o qual o analista russo chama atenção é a implantação de cinco drones de espionagem Global Hawk na base japonesa de Yokosuka. Os Global Hawk podem detectar objetos a 16 km de altitude. A autonomia de voo destes drones é de 34 horas. É pouco provável que toda essa alta tecnologia seja usada apenas contra Pyongyang.
A China, mostrando sua boa vontade, devolveu aos EUA o drone submarino interceptado em 15 de dezembro no mar do Sul da China, mas a tensão na região não baixou. A recente demonstração de poder dos EUA é destinada não apenas à Coreia do Norte. Os norte-americanos tentam manter a sua influência na região a todo o custo, sublinha Khrolenko.
Desentendimento que dura há séculos
A China, Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei e Japão têm disputas territoriais sobre fronteiras marítimas nos mares da China Oriental e do Sul da China.
A situação se agravou em 2013 quando a China pediu que todas as informações sobre voos realizados sobre o mar do Sul da China na área das ilhas disputadas lhe fossem entregues. A decisão foi encarada de modo negativo por muitos países. O Japão declarou que vai interceptar todos os drones chineses que apareçam na área. A parte americana sublinhou o caráter ilegítimo da construção das ilhas artificias pela China no mar do Sul da China. Washington tem intenção de proibir acesso às ilhas disputadas para chineses.
Falando da expansão chinesa, a mídia americana publica regularmente artigos sobre a atividade "imperial" e a expansão da China na Ásia e África. Seja como for, sublinha Khrolenko, a concorrência pacífica de Pequim não tem nada a ver com as campanhas sangrentas dos EUA no Oriente Médio durante as últimas décadas, concluiu o analista russo.