Falando com exclusividade à Sputnik, a ex-senadora e possível candidata ao mesmo cargo no pleito do ano que vem expressou preocupação com o que chama de "desmonte" do legado em políticas ambientais construído pelo Brasil desde a Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP 15) realizada em Copenhague em 2009. Marina expressou descrença com o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris se o ritmo não mudar.
"Infelizmente, todo aquele processo virtuoso que nós tínhamos foi interrompido e agora nós estamos vivendo sob a égide de um novo momento da política ambiental brasileira em que o desmatamento voltou a crescer 29%. Obviamente, isso compromete as metas assumidas na convenção do clima em Paris. Com todo o desmonte da legislação ambiental brasileira, que começou no governo Dilma e que está sendo aprofundada no governo do presidente Michel Temer, nós vamos ter mais dificuldade ainda", afirma Marina.
Compromisso nacional com mudanças climáticas
Sobre esses compromissos, a líder da Rede também comentou os resultados da delegação brasileira na Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (UNFCCC) realizada em Bonn, Alemanha na semana passada como preparação para a COP 23 no fim do ano. O destaque foi o debate sobre conflito de interesses entre empresas exploradoras de combustíveis fósseis nas negociações pela agenda do clima.
"Porém, internamente, nós temos nossos conflitos. O fato é que hoje você tem no Congresso Nacional, uma base de sustentação do governo em função da fragilidade do governo Temer, que já era também do governo Dilma, que coloca como moeda de troca para apoiar o governo a flexibilização da legislação ambiental, a regularização e o uso de áreas que foram ocupadas ilegalmente", denuncia Marina.
O Ministério do Meio Ambiente foi convidado a comentar as afirmações de Marina Silva. Porém, como parte da sua sede foi incendiada no início desta semana, a assessoria de imprensa não pôde responder sobre os esforços feitos pelo país desde a assinatura do Acordo.
Marina concedeu entrevista exclusiva à Sputnik Brasil na qual comenta sobre sua relação e preocupação com a Amazônia, a fragilidade do governo Temer e as perspectivas para sua candidatura em 2018. Você confere o material completo da entrevista por aqui na segunda-feira (29).