Quem se tornou vítima dos protestos antigovernamentais na Venezuela?

© REUTERS / Marco BelloManifestantes da oposição em confronto com a polícia durante a chamada "mãe de todas as marchas" contra o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas
Manifestantes da oposição em confronto com a polícia durante a chamada mãe de todas as marchas contra o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas - Sputnik Brasil
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De acordo com o governo venezuelano, de 1.600 protestos da oposição venezuelana, ao menos 600 tiveram um caráter agressivo e provocaram dezenas de mortos. Carlos Rafael Faría Tortosa, chefe da missão diplomática venezuelana em Moscou, falou com a Sputnik sobre o assunto.

"Até hoje [sexta-feira passada, 26], temos 55 venezuelanos mortos. As forças de direita tentam atribuir a responsabilidade por isso ao presidente Maduro", assinalou.
O representante venezuelano destacou que a questão de identificação das vítimas e a investigação de cada caso concreto representa um assunto doloroso para o país.

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"Mas isto é crucial para demolir o sistema criado que visa atribuir a culpa por estes mortos exclusivamente ao governo venezuelano, particularmente ao presidente Maduro", afirmou o diplomata em uma entrevista exclusiva à Sputnik Mundo.

De acordo com Faría Tortosa, 12 pessoas morreram eletrocutadas durante o saqueio de uma loja.

"Eles todos morreram de um choque elétrico, não se trata de uma morte produzida por um tiro de sniper", assinalou. Além disso, entre 12 e 15 pessoas morreram nas 'guarimbas".

"Na Venezuela, 'guarimbas' é o nome atribuído aos espaços conquistados pela oposição, onde ela constrói barricadas, organiza incêndios, estendem cabos metálicos à altura de um metro para causar lesões mortais a motociclistas", explicou.

O diplomata adiantou que cerca de seis mortos não participavam de manifestações e não apoiavam nem a oposição, nem o setor chavista.

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"Contra uma das vítimas foi atirada uma garrafa de água congelada. Outra pessoa, que não tem nenhuma ligação aos protestos, foi morta a tiro em San Cristóbal, no estado de Táchira", revelou.

De acordo com o chefe da missão diplomática, o criminoso que o fez já foi detido. Segundo foi revelado, ele está ao serviço dos grupos de oposição.

O diplomata expressou a dúvida que um protesto, no decorrer do qual os participantes usaram coquetéis molotov e objetos pesados contra os policiais, possa ser caracterizado como pacífico.

"Será que as vítimas produzidas por cada manifestação são proveitosas para o governo? Ou muitas vítimas é algo de benéfico para a oposição, para que esta justifique tudo o que quiser justificar: a intervenção ou o isolamento político, internacional e econômico?", se perguntou.

Além disso, Faría Tortosa sublinhou que o governo apela sempre à paz e que os policiais venezuelanos não têm equipamento de guerra.

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"Eles usam gás lacrimogêneo, água, como se faz em outros países. Tudo aquilo que os representantes da oposição dizem sobre a responsabilidade de Maduro e das forças de segurança pelos 55 mortos é uma mentira", resumiu.

"Temos estatísticas exatas à nossa disposição. […] Podemos afirmar com toda a responsabilidade que uma grande parte de mortes não tem nada a ver com protestos. Trava-se também a investigação de outros casos que se deram em condições suspeitosas. Gostaríamos de esclarecer a situação", assegurou o chefe da missão diplomática venezuelana na Rússia.

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