Para a maioria das pessoas consultadas nesses países, não há necessidade de maiores investimentos em Defesa. Opinaram desta forma 53% dos italianos, 47% dos alemães, 35% dos franceses e 25% dos britânicos. Com a pergunta “Seu país precisa investir mais em defesa?”, a consulta foi realizada entre os dias 21 e 25 de abril de 2017 pela IFop, empresa parceira da Sputnik-Opinião, com 3.203 pessoas residentes na França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
“Essa pesquisa de Sputnik-Opinião mostra um resultado natural. Realmente, os países desenvolvidos despendem muito em Defesa, embora o mundo de hoje não devesse ser o mundo da Guerra Fria. Deveria ser um mundo preocupado com a guerra ao terror, que é muito mais ativa e afeta bem mais os países do Ocidente. Ao invés de milhões de dólares serem gastos com equipamentos sofisticados, seria melhor empregar esse dinheiro em equipamentos mais simples e mais adequados à luta contra o terror.”
A pesquisa também informa que todos os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), inclusive Alemanha, França, Itália e Reino Unido, comprometeram-se a destinar 2% do PIB para a Defesa. Em 2016, segundo estimativas da própria OTAN, a Alemanha destinou apenas 1,19% do PIB; a França, 1,78%; a Itália, 1,1%; e apenas o Reino Unido aplicou 2,21% do Produto Interno Bruto em investimentos na Aliança Atlântica.
De acordo com Pedro Paulo Rezende, porém, a meta de investir até 2% do PIB na OTAN não é factível:
“Os países não vão destinar 2% do seu PIB em investimentos na OTAN por uma simples razão: a despesa é muito alta”, observa.
Quanto às afirmações do Presidente Donald Trump, feitas ainda na campanha de 2016, de que iria rever o papel dos Estados Unidos na OTAN enquanto não houver uma contrapartida dos países da Europa em maior proporção, Rezende afirma que elas não devem ser levadas a sério:
Na entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Pedro Paulo Rezende também destacou a posição dos países latino-americanos diante de gastos militares. Embora consciente da dificuldade de recursos destes países, o especialista diz que eles não terão como evitar tais investimentos:
“Em relação aos países latino-americanos, muito em breve haverá um aumento das despesas com recursos militares por uma razão muito simples: obsolescência dos seus atuais equipamentos. Há uma demanda reprimida muito grande, que terá de ser atendida.”