Depois de vários meses de negociações inúteis e da recusa do governo turco de permitir acesso à base de Incirlik a um grupo de parlamentares alemães, Berlim tomou a decisão de retirar suas tropas lá instaladas.
Do ponto de vista político e internacional, o assunto parece estar terminado. Mesmo a nova sede da OTAN em Bruxelas não foi capaz de contribuir para a resolução do conflito entre Ancara e Berlim. O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, embora tenha lamentado tal resultado, sublinhou que se trata de um assunto bilateral.
Desde que os EUA anunciaram em setembro de 2014 a criação de uma aliança multinacional para combater o Daesh, a Alemanha participa de missões na região, mas com certas exceções. Por exemplo, o país europeu recusou realizar bombardeamentos, limitando-se apenas a operações de reconhecimento aéreo e de processamento de informações.
Quanto à retirada da base de Incirlik, conclui o analista, isso não é nada mais do que uma prova da incapacidade das forças alemãs, da UE e da OTAN de chegar a acordo e combater efetivamente o extremismo na Síria. Um fracasso que se torna ainda mais evidente comparado com a missão que a Rússia, em cooperação com a Síria e o Irã, está levando a cabo.
Como exemplo, o analista recorda a presença das tropas alemãs no Mali no âmbito da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas (MINUSMA, sigla em francês). Aprovada pelo Conselho de Segurança em 2013, a missão tem por objetivo apoiar os processos políticos neste país, garantindo ao mesmo tempo a proteção dos grupos extremistas que abundam na região do Saara.
A Alemanha se juntou à campanha para ajudar as tropas francesas lá instaladas. Em janeiro de 2016, Berlim aprovou a extensão dos prazos da missão no Mali, aumentando a presença militar no país africano de 150 para 650 efetivos.