"Este túnel é o que falta para completar o corredor bioceânico central que une Porto Alegre, no Brasil, com o porto de Coquimbo, no Chile. O túnel está situado em San Juan e Coquimbo, são dois túneis paralelos de 13,9 km cada um", explicou Zini.
Trata-se do túnel mais longo da América Latina que representa um grande desafio para a Entidade Binacional Túnel de Agua Negra (EBITAN). A obra fica a 4.000 metros de altitude sobre o nível do mar, com uma diferença de 465 metros entre ambos os extremos.
Segundo Zini, o desenvolvimento do projeto levou 13 anos. Sua concretização abrirá uma entrada ao Pacífico, "o que implica um enorme impacto a nível econômico para a região", além de "dar uma vantagem logística enorme".
"O projeto é pago em proporção à obra realizada em cada um dos países. Dessa estrada 28% são no Chile e 72% na Argentina, mas os custos são estimados em 35% e 65%, porque o quilômetro de estrada é mais caro do lado chileno, já que tem uma cobertura maior, sendo uma pendente que se torna mais suave no território argentino."
Espera-se que o projeto esteja terminado até 2027. As obras começarão em 2019.
O túnel de Agua negra não tem somente um valor comercial e logístico, mas também um aspecto científico. Na fronteira entre a Argentina e o Chile será construído o Laboratório dos Andes, onde serão efetuados estudos de neutrinos e de matéria escura.
"Este tipo de laboratório, que estuda as partículas, deve fazer isso sem interferência de raios cósmicos. Precisa de uma cobertura de proteção por cima bastante importante. (…) Haverá 1.750 metros de montanhas por cima dos 1.400 metros necessários como escudo protetor", explicou Zini.