Em uma recente entrevista à Sputnik Brasil, o presidente do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Sergei Vasiliev, afirmou que a economia brasileira recentemente se tem tornado mais aberta. O embaixador brasileiro afirmou que partilha dessa opinião, porém, várias esferas estratégicas continuam com uma participação do Estado bastante significativa.
Salgado contou que, no fim de 2011, os países atingiram os 6 bilhões de dólares na balança do comércio bilateral. Após isso, se deu uma queda provocada pela desvalorização das duas moedas e pela crise econômica global.
"Ainda assim, no ano passado o fluxo comercial atingiu, mais ou menos, 4 bilhões de dólares", observou.
O diplomata recordou que os países enfrentam um plano ambicioso de 10 bilhões no balanço comercial, porém, antes disso, eles "precisam diversificar significativamente a nomenclatura das relações comerciais, que hoje em dia se focaram principalmente na produção agrícola".
Salgado sublinhou que a petroleira russa Rosneft está agora trabalhando ativamente na Bacia de Solimões, na Amazônia, para explorar gás e petróleo, tendo investido mais de um bilhão de dólares no respectivo projeto.
"A gigante Petrobras, que tem uma presença bastante grande no mundo, inclusive no Golfo do México, nos EUA, nos países da África e da América do Sul, é um parceiro natural da Rosneft no Brasil", prosseguiu. "Acreditamos que a iniciativa na Bacia de Solimões, que está também sendo acompanhada pela Petrobras, pode repercutir positivamente no relacionamento da Petrobras com as empresas russas", realçou.
Falando doutras áreas da potencial cooperação, o diplomata frisou que há boas perspectivas para as importações brasileiras de trigo russo, porém, para isso é preciso terminar os procedimentos que os serviços fitossanitários de ambos os países estão conduzindo no momento.
"Em primeiro lugar, queria lembrar que, apesar de todas as dificuldades, o Brasil é um país que tem uma economia pujante. Com fundamentos macroeconômicos bastante sólidos. […] Além do mais, temos uma boa média de entrada de investimento estrangeiro direto. Em média, nos últimos anos temos tido [investimentos no volume de] 70 bilhões de dólares; no ano passado, 79 bilhões de investimentos diretos que entraram no Brasil, demonstrando assim a grande confiança dos investidores na economia brasileira", resumiu.