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Temer veta redução de limites de áreas de preservação, mas é criticado por ambientalistas

© AFP 2023 / LUNAE PARRACHOVista aérea da reserva florestal amazônica de Trairao, no Pará, Brasil
Vista aérea da reserva florestal amazônica de Trairao, no Pará, Brasil - Sputnik Brasil
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Após pressão de entidades ambientalistas no Brasil, o Presidente Michel Temer vetou nesta segunda-feira (19), as medidas provisórias 756 e 758 que previam a redução de limites da Floresta Nacional de Jamanxim e do Parque Nacional de Jamanxim, áreas de preservação no Oeste do Pará.

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Se forem aprovadas pelo Senado, essas medidas colocam em risco quase 600 mil hectares, sendo 486 mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, e mais de 101 mil hectares do Parque Nacional de Jamanxim para abrir espaço para a construção da ferrovia Ferrogrão, paralela à BR-163 (que liga Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará). 

A área onde se localiza Jamanxim tem sido palco de frequentes conflitos fundiários e de atividades ilegais de extração de madeira e minérios, associadas à grilagem de terra e à ausência de regramento ambiental, causando aumento da criminalidade e da violência contra agentes públicos na região.

Uma dessas entidades que vem lutando contra as Medidas Provisórias é a ONG Ambientalista WWF-Brasil — World Wide Found for Nature ("Fundo Mundial para a Natureza") que enviou carta ao Presidente Michel Temer pedindo o veto dos projetos de lei e fez uma petição na internet destinada ao presidente em uma campanha pelo veto às medidas que ameaçam a floresta amazônica.

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Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, o especialista em Políticas Públicas da WWF-Brasil, Jaime Gesisky criticou que a medida de Temer é um falso veto e que as áreas da Floresta Amazônica continuam em risco.

"Fomos surpreendidos no final da tarde deste domingo com o anúncio do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, que gravou um vídeo informando que o presidente vetaria a medida provisória 756, que trata da floresta nacional de Jamanxim", disse o ambientalista.

Segundo ele, as áreas continuam correndo risco.

"Ele veta com uma mão e com a outra ele devolve a responsabilidade para o Congresso Nacional de fazer uma lei que oficializaria a redução da área protegida. Ou seja, a floresta continua correndo risco. De acordo com o plano do governo, este novo projeto de lei vai manter o mesmo estrago", alertou Gesisky.  

O ativista da WWF lamentou que a postura do presidente seja de defender o meio ambiente no exterior e de agir de modo contrário na política interna.

"Ele vai na contramão de tudo aquilo que ele prometeu internacionalmente. Ele chega fórums internacionais do clima e da biodiversidade e se compromete em aumentar a área protegida da Amazônia, reduzir o desmatamento e as emissões de gás carbono. Mas internamente, para atender aos interesses nada republicanos, ele faz exatamente o contrário", disse o especialista.

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