As negociações, que serão realizadas em Washington, vão contar com participação do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, do chefe da Defesa norte-americana, James Mattis, do membro do Conselho do Estado chinês, Yang Jiechi, e do chefe do Estado-Maior do Exército Popular da China, Fang Fenghui.
Segundo declarações de oficiais norte-americanos, os temas principais das negociações serão: problemas ligados à Coreia do Norte e questões dedicadas ao combate ao terrorismo. Destaca-se que EUA planejam exigir que a China participe mais ativamente na resolução de ambos os assuntos. Isto é, exercer mais pressão sobre China através de meios econômicos e políticos.
Na verdade, Washington tenciona exigir que China tome uma maior responsabilidade na área de combate ao terrorismo. Por exemplo, no Iraque, para ajudar a coalizão internacional, liderada pelos EUA, na derrubada do Daesh (organização terrorista proibida em muitos países, incluindo na Rússia).
"A situação no Iraque foi provocada pelas ações dos EUA. Suas consequências são imprevisíveis ainda hoje. Em particular, Iraque está à beira de ser dividido em dois países, enquanto a parte significativa do país é controlada por destacamentos do Daesh. Por isso, EUA podem se beneficiar se a sua responsabilidade for dividida com alguém, bem como suas despesas financeiras."
Levando esse fato em consideração, o especialista russo apontou que, para os Estados Unidos, a China "parece ser um bom candidato". Mas ao mesmo tempo, o especialista acredita que "o governo chinês é bastante sábio e compreende os jogos dos EUA".
Não obstante, os americanos costumam usar outro esquema: apoiam organizações terroristas que, segundo supõem os americanos, irão atuar de acordo com as instruções de Washington. Eles fornecem armas e prestam apoio financeiro para certas organizações. A organização terrorista, proibida na Rússia, Al-Qaeda se encaixa perfeitamente nesta ilustração, mas o mesmo pode ser percebido na Síria.
Vale ressaltar que "é pouco provável que China se junte aos EUA para combater o terrorismo como um aliado silencioso", opina.
Ao mesmo tempo, outro analista militar russo também vê nas declarações de Susan Thornton as tentativas dos EUA de jogar suas responsabilidades para China, economizando, assim, seus recursos:
"Neste contexto, China é a opção ideal. Os americanos tencionam transferir uma parte de suas despesas com combate ao terrorismo para a China. Mas no combate que é considerado por eles como realização dos seus próprios interesses nacionais."
Vale destacar que a colaboração da China com EUA e Ocidente (Europa) na área de combate ao terrorismo é somente possível se as partes possuírem posições e interesses semelhantes, sublinha o especialista do Instituto de Comunicações da China, Yang Mian.
"China e EUA são dois países que sofreram ataques terroristas. O desejo dos EUA de cooperar com China nessa área deve ser bem recebido, pois é impossível resolver esse problema com esforços de um só país. Mas os Estados Unidos realizam a política de ‘padrões duplos'. Por exemplo, eles percebem o problema do terrorismo na China através de 'óculos rosas'", explicou Mian.
Nessa situação é muito difícil realmente eliminar o terrorismo, pois, para conseguir fazê-lo, é necessário cumprir padrões únicos, opina o especialista chinês.
Os especialistas pressupõem que o encontro em Washington resultará em um diálogo franco, onde as partes esclarecerão suas posições entre eles. No entanto, é difícil esperar que acordos mutualmente benéficos sejam atingidos nas negociações.