O Comissário Parlamentar para as Forças Armadas da Alemanha, Hans-Peter Bartels, afirmou na segunda-feira (19) à mídia alemã que a criação do exército da UE é inevitável, ecoando o pedido aos militares da UE para que se unam em uma força única armada.
Sua afirmação foi feita em meio às crescentes preocupações sobre a confiabilidade da OTAN, assim como a desorganização e fragmentação das estruturas de defesa nacionais.
Mais cedo, em março, Bruxelas declarou abertura de Estados-Maiores conjuntos. No entanto, de acordo com a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, estes Estados-Maiores não devem ser comparados a um exército comum da UE.
Em entrevista à Sputnik Internacional, Dick Zandee disse que as conversas sobre um exército verdadeiro europeu estão sendo irrelevantes no momento, pois ainda não está claro qual é o limite de tempo para sua criação.
"A meu ver, falar de exército europeu quer dizer falar de um exército que tenha um governo e um comandante. Trata-se de pura fantasia e sonhos, porque ainda temos [Estados nacionais soberanos] na Europa e nenhum dos membros [da UE] está pronto para enviar suas tropas para participar de uma guerra ou realizar operações de paz sem que decisão a nível nacional", disse o pesquisador.
Segundo o especialista, o assunto do exército comum envolve componente emocional, mas ninguém pode realmente definir este exército, pois nem mesmo políticos deram uma definição clara desde conceito.
"Então, acho que seria mais um exemplo da retórica política que não tem nada a ver com a realidade", acrescentou.
Ele também frisou que "não há nenhum país europeu que apoie a criação do exército europeu [com um governo e um comandante] como eu descrevi".
"Quanto à Polônia, Romênia, Países Bálticos e aos países que se juntaram à OTAN há pouco, eles expressam pouco apoio à ideia de criação de um exército europeu porque têm medo que isso prejudique a Europa e a OTAN", sublinhou Zandee.
Entretanto, a Bloomberg informou que a Comissão Europeia havia decretado outro documento, oferecendo cenários para estreitamento de cooperação militar no âmbito da OTAN, incluindo a criação de um sistema de segurança integrado, realização de operações militares fora da OTAN, estabelecimento de um sistema de segurança cibernética da Europa e outros.