A prisão preventiva (sem prazo para terminar) de Geddel é pelo seu envolvimento nas investigações da Operação Cui Bono? (“A quem beneficia?”, em latim), deflagrada em janeiro deste ano e que se trata de um desdobramento da Operação Catilinárias, esta deflagrada no final de 2015.
A Cui Bono investiga quadrilha que arrecadava propinas na Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. O esquema seria tocado pelo então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima, pelo vice-presidente de Gestão de Ativos, Marcos Roberto Vasconcelos.
Além deles, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro – ambos presos na Operação Lava Jato –, e o vice-presidente da instituição financeira pública Fábio Cleto, além de empresários interessados em receber recursos do banco estatal, também são investigados.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Geddel, Cunha e Funaro, ainda contando em alguns momentos com a participação de Cleto, desviaram “de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares”.
Ainda segundo o MPF, a decisão da Justiça foi motivada pelos depoimentos de Funaro e do empresário e delator Joesley Batista (dono da JBS) no âmbito da Cui Bono, atendendo ainda a um pedido da PF e da Força-Tarefa Greenfield – que também é responsável pelas operações Sépsis e Cui Bono.
Até 25 de novembro do ano passado, Geddel era o Ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer (PMDB), que o havia convidado para ocupar o posto em maio do mesmo ano.
Além de articular pela anistia do caixa 2 eleitoral, ele se desgastou em uma polêmica com o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, que o acusou de tê-lo pressionado para liberar uma obra que beneficiaria um edifício no qual, coincidentemente, Geddel possuía uma unidade.