Em entrevista à Sputnik Brasil nesta terça-feira, 4, o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, Fundação Getúlio Vargas (FGV), descreveu essa tendência como inócua. Segundo ele, o problema da crise política não tem a ver com os nomes que os partidos usam, mas, sim, com a sua incapacidade de atender às demandas da população.
"A crise tem muito mais a ver com o papel que os partidos não desempenham do que com qualquer situação em que o nome do partido possa se traduzir em alguma questão. E, além disso, tem também um problema que tem sido muito recorrente no Brasil: os partidos não têm cara. Ou seja, eles perderam algumas características ideológicas que, de certa forma, deveriam permitir ao eleitor identificar-se com tais partidos, a partir da defesa de bandeiras mais claras", comentou o especialista.
Os partidos que optam pela mudança de nome se recusam a admitir que a ação seja uma pura jogada de marketing, argumentando que ela, na verdade, parte de um processo de modernização e reforma política. Mas, refletindo a opinião de Marco Antonio Teixeira, uma pesquisa realizada pela FGV de São Paulo no final do ano passado mostrou que apenas 7% dos brasileiros confiam nas siglas partidárias.
"Não há, pelo menos muito claramente, qualquer perspectiva mudancista neste momento que justifique a mudança de sigla. A meu ver, é muito mais uma busca de diminuir o grau de desprestígio que a sigla do partido apresenta do que de apresentar uma alternativa concreta", destacou o cientista político.