Crime sem castigo: Grã-Bretanha e EUA 'ocultam fatos sobre morte de civis no Afeganistão'

© REUTERS / Ahmad MasoodSoldados da OTAN após atentado com carro-bomba no Afeganistão
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As forças especiais do Reino Unido mataram durante muitos anos civis no Afeganistão, comunica o jornal The Times citando fontes da Polícia Militar do Reino Unido.

A edição informa que as forças especiais da Força Aérea (SAS) do Reino Unido falsificaram dados sobre crimes de guerra, ocultando assassinatos de civis desarmados no Afeganistão, que para eles eram “potenciais militantes do Talibã” (organização terrorista proibida na Rússia).

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A investigação dos crimes de guerra no Afeganistão que foram cometidos entre os anos de 2010 e 2013 teve início em 2014. Dela participaram mais de 100 oficiais da Polícia Militar Real do Reino Unido. Revelou-se que as forças especiais falsificaram os dados atribuindo a responsabilidade pelos mortos aos seus colegas afegãos. The Times escreve que entre os vídeos do assim chamado Kill TV (vídeo filmado por um drone) foram capturadas cenas de assassinatos de civis realizados pelos britânicos.

Hayatullah Javad, do centro de pesquisas dos direitos humanos, disse à Sputnik Dari que primeiro é preciso verificar a notícia publicada pelo The Times.

"Times não é uma mídia governamental. Devemos esperar uma declaração oficial do governo do Reino Unido ou das organizações que são acusadas de violar os direitos humanos, bem como do governo do Afeganistão", disse o especialista.

O general afegão Abdul Sabur disse que as forças estrangeiras, durante suas operações militares no Afeganistão, podiam realmente ter dificuldades com a distinção entre civis e militantes do Talibã.

"Eu não vi com meus próprios olhos como as forças da OTAN, ou concretamente do Reino Unido, matavam civis afegãos", disse ele.

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O observador político afegão Hamed Safwat disse que as pessoas que sofreram por causa de tais crimes de guerra apelam a instituições internacionais e não às autoridades locais. Por isso, o governo do Afeganistão vem a saber muito tarde sobre esses crimes e muitas vezes já não existem provas.

"Elas [as vítimas] não consideram o governo como a primeira instância [para resolver tais problemas], as autoridades estão ocupadas com a guerra e por isso não podem tomar as medidas oportunas", sublinha ele.

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