O autor recorda também as recentes restrições aprovadas contra o banco Dadong, instituição que foi acusada de cooperar ilegalmente com a Coreia do Norte.
"Desde o início do verão [do Hemisfério Norte], Washington está dando golpes certeiros contra os interesses de Pequim, criticando-o pela incapacidade ou falta de desejo de impedir o programa balístico da Coreia do Norte. A pressão de Washington contra Pequim se intensificou especialmente nas últimas semanas. No entanto, a China não pode permitir que o governo norte-coreano caia, mas também não fará concessões para Washington", acredita.
Segundo Igor Gashkov, os Estados Unidos possuem uma série de mecanismos para pressionar a China que, por sua vez, poderia pressionar Pyongyang.
"Um dos métodos é a ajuda prestada a Taiwan, que historicamente é oponente da China", disse o especialista para a Sputnik, recordando que, em junho, Washington anunciou ter firmado um contrato militar com o país não reconhecido no valor de 1,4 bilhões de dólares (R$ 4,6 bilhões).
A China respondeu de modo duro, continua, citando a declaração do Ministério da Defesa chinês de que as ações dos EUA tinham prejudicado consideravelmente a confiança estratégica mútua e tinham afetado as relações bilaterais militares.
O especialista crê que os EUA não têm intenções de ceder no assunto territorial, citando como exemplo as exigências do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, de deixar de construir ilhas artificiais no mar do Sul da China.
O analista indica também que, durante sua campanha eleitoral, Donald Trump prometeu tomar medidas contra a China, que preveem, sobretudo, taxas para produtos chineses, que poderiam aumentar até 45%. Após sua vitória, Trump primeiro ligou para seu homólogo taiwanês, e não para o chinês, como seus antecessores. E foi ainda mais adiante, quando não excluiu estabelecer relações diplomáticas com a ilha autoproclamada.
Gashkov nota que a história das relações entre os dois países seguirá nos dias 6 e 7 de julho na cúpula do G20 em Hamburgo.
"As expetativas não são muito otimistas. As medidas antichinesas, tomadas quase simultaneamente, parecem estar sincronizadas com a reunião dos líderes", concluiu.