Os EUA estão prontos a interromper o programa nuclear da Coreia do Norte pela força. A China e a Rússia avisaram que o cenário militar é inadmissível. Os EUA propuseram ao Conselho da Segurança da ONU aumentar a pressão econômica sobre a Coreia do Norte. A França e a Grã-Bretanha apoiaram a iniciativa.
A Rússia, porém, está afirmando que as sanções "congelam" o processo de regulação política e diplomática da situação em torno da Coreia do Norte.
"Existem países que permitem, até estimulam, a Coreia do Norte a que viole as resoluções do Conselho da Segurança da ONU. Estes países queriam também continuar o comércio com os EUA. Isso não vai acontecer", acrescentou a embaixadora dos EUA na ONU Nikki Haley, prometendo acompanhar o negócio de qualquer país com a Coreia do Norte.
Pequim é o destinatário dessas ameaças, no caso de suas relações comerciais com a Coreia do Norte violem as resoluções do Conselho da Segurança da ONU.
"Vamos trabalhar com a China, mas não vamos repetir as respostas desadequadas do passado, que levaram aos 'tempos obscuros' de hoje", acrescentou Nikki Haley.
"Os chamados avisos se baseiam em dados que não são objetivos […] Acredito que os avisos em relação à China podem se basear no fato de os EUA prestarem atenção ao crescimento de 37,4% do comércio mútuo entre a China e a Coreia do Norte no primeiro trimestre deste ano. Entretanto, os EUA devem perceber que no mesmo período as importações de carvão pela China foram de 267,6 milhões de toneladas, o que é 51,6% menos do que no período homólogo do ano passado", acrescentou à Sputnik China Guo Yanjun.
Assim, de acordo com ele a China está cumprindo as condições do embargo comercial à Coreia do Norte, mas o embargo não afeta o comércio bilateral que supre as necessidades da população, caso contrário, isso pode se resultar numa crise humanitária na Coreia do Norte, o que ameaça também a China.
É possível que a iniciativa conjunta russo-chinesa crie obstáculos para o cenário ocidental que prevê o reforço das sanções para pressionar a Coreia do Norte. Foi por isso que Nikki Haley não se lembrou desta iniciativa, deixando sem comentários também os apelos dos representantes da China e Rússia na ONU para suspender e depois acabar com o desdobramento do THAAD na Coreia do Norte.
Os EUA estão ignorando as propostas da Rússia e China para regulação da situação em torno da Coreia do Norte porque elas não correspondem ao cenário norte-americano de reação ao programa nuclear da Coreia do Norte, acrescentou à Sputnik China o analista militar russo Vladimir Evseev.
"Nestas condições, os EUA podem se atrever atacar a Coreia do Norte. A resposta a isso não vai ser um ataque nuclear por parte da Coreia do Norte, mas sim ações das forças especiais norte-coreanas no território da República da Coreia. A sua quantidade pode ser de pelo menos 50 mil, segundo outros dados – 80 mil militares bem preparados", afirmou Evseev à Sputnik China.
O analista acrescentou que a atividade das forças especiais norte-coreanas, que vão realizar diversões e ações de sabotagem, destruindo empresas químicas e nucleares, poderá provocar fortes consequências ambientais que vão afetar a Rússia, o Japão e todos os países vizinhos, incluindo a China.
Vladimir Evseev acrescentou que tal cenário se torna cada vez mais possível. A política da administração de Trump leva de fato em direção ao início de uma guerra na Península Coreana. Por isso, de acordo com ele, os EUA ignorarem as tentativas de desescalada faz a Rússia e a China cooperarem para impedir as intenções dos EUA.
A China exorta a descartar a retórica belicista em relação à Coreia do Norte e a tomar passos para a realização do plano conjunto russo-chinês para resolver o problema da nuclearização da Península Coreana.