"Muito tempo foi perdido. Nós temos que restaurar a confiança".
O último líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) comparou a conjuntura atual com a de quando ele assinou acordos com os EUA para reduzir o arsenal nuclear dos dois países, nos anos 1980.
"Agora precisamos de ímpeto dos líderes, como aconteceu em Reykjavik em 1986. Devemos colocar tudo na mesa de negociação e estabelecer um mecanismo de interação, não em pontos únicos, mesmo importantes, mas em todas as questões", enfatizou Gorbachev.
Na Cúpula de Reykjavik de 1986, Gorbachev e o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, aproximaram-se de um acordo abrangente que teria reduzido radicalmente o número de armas nucleares das duas potências. Entretanto, no último minuto o pacto acabou falhando. Ainda assim, a Cúpula de Reykjavik serviu como embrião para o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário — um acordo entre os EUA e a URSS que decidiu pela destruição de mísseis balísticos.
"Por mais que seja difícil, tenho certeza de que é possível ter uma interação construtiva", apontou Gorbachev. "O povo, tanto na Rússia quanto nos Estados Unidos, espera por isso e tenho certeza que mundo inteiro está cansado de tensão e não quer uma nova Guerra Fria."
Para Gorbachev, novos acordos de limitação de armamentos nucleares precisam ser buscados. O assessor presidencial da Rússia, Yuri Ushakov, disse que a reunião entre Putin e Trump poder ter como pauta o controle de armamentos.