Diante da crise política no Brasil, Temer chegou a anunciar que não viajaria mais para a Alemanha, mas, na última hora, mudou de ideia após ouvir seus ministros, especialmente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que destacou que a ausência de Temer na reunião poderia ser interpretado pelos investidores internacionais como um sinal de fraqueza do governo federal.
"Não, pode levantar os dados e você verá que nós estamos crescendo empregos, estamos crescendo indústria, estamos crescendo agronegócio. Lá não existe crise econômica”, afirmou o Presidente.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem ainda 13,8 milhões de desempregados e que no trimestre março, abril e maio o desemprego ficou em 13,3% conforme a pesquisa PNAD Contínua, mesmo com o Ministério do Trabalho tendo anunciado no mês passado que, em maio, a abertura de vagas formais de emprego superou as demissões em 34,2 mil postos, sendo o segundo mês seguido em que houve criação de postos de trabalho com carteira assinada no país. A Confederação Nacional da Indústria também afirma que a estimativa de crescimento industrial caiu de 1,3% para 0,5%.
A Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade, o cientista Político e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, Raul Magalhães. O especialista chamou de desastrada a declaração de Temer de que não há crise econômica no Brasil.
"[A declaração] poderia ter funcionado se ele tivesse dito que estamos recuperando em alguns níveis, como a queda da inflação, uma recuperação da atividade industrial… Mas a reação de que não existe crise econômica no quadro recessivo que está instalado pareceu uma reação destemperada", avalia o professor.
"O governo Temer colheu alguns resultados positivos na gestão da economia, mas daí a dizer que a superação do quadro está instalada não coincide com a opinião dos economistas. E para os 13 milhões de desempregados não adianta dizer que a coisa está melhorando, a percepção subjetiva não é de uma crise superada. A propaganda é inadequada e dificilmente convence investidores externos que são muito bem informados sobre o que acontece internamente no Brasil", afirma o especialista.
A Cúpula do G20, organizada neste ano na Alemanha, termina amanhã.