"A tranquilidade manifestada hoje pelo Governo chinês não é algo casual. A Marinha da República Popular da China domina cada vez mais as zonas próximas e distantes dos oceanos, pelo que chegou a hora de o Pentágono se preocupar, mesmo que até há pouco tempo os EUA controlassem com firmeza quase todas as vias marítimas importantes, desprezando a Marinha da China", afirma Khrolenko.
Liaoning em Hong Kong
A chegada do porta-aviões chinês Liaoning e de mais três navios de guerra a Hong Kong faz parte das comemorações do aniversário dos 20 anos do restabelecimento da soberania chinesa sobre a ex-colônia britânica.
"A visita do grupo aeronaval a Hong Kong é basicamente uma continuação lógica das ideias de Xi Jinping: 'Um país, dois sistemas'. As linhas perfeitas do navio persuadem melhor que as palavras sobre a força e o potencial do país", sublinha o colunista russo.
O segundo navio militar deste tipo, o 001A, foi lançado em 23 de abril, quando a China celebrou o Dia da Marinha e é completamente de produção chinesa.
China planeja produzir seis novas embarcações de ataque e criar uma série de bases navais militares por todo o mundo.
Changsha e Yuncheng no mar Báltico
O novo destróier chinês Changsha, do projeto 052D, junto com a fragata Yuncheng, do projeto 054A, e o navio de apoio Lomahu estão realizando uma campanha naval no mar Báltico, com o objetivo de participar das manobras russo-chinesas Cooperação Marítima 2017.
Os dois objetivos principais das manobras no mar Báltico serão o treinamento de operações de resgate conjuntas e a garantia de segurança das atividades comerciais no mundo. No entanto, a revista norte-americana Newsweek afirmou que "nos jogos militares da Rússia e da OTAN na Europa, surgiu um novo jogador: a China". Os manchetes da imprensa europeia também são muito fortes, por exemplo, "China e Rússia lançam desafio para a OTAN no mar Báltico".
"As publicações afirmam que as manobras no mar Báltico, às portas da Europa, são uma mensagem política para Trump e a NATO: 'a Rússia e a China se apoiam e se defenderão mutuamente'", escreve o colunista.
A China está aumentando vertiginosamente o seu potencial de defesa, renovando seu parque de navios de guerra e de aviões militares. E embora até há pouco tempo as Forças Armadas dos EUA dominassem na região Ásia-Pacífico, agora, o Pentágono supõe que a China tem a intenção de neutralizar o domínio técnico-militar de Washington.
O desenvolvimento da Marinha chinesa é uma condição indispensável para garantir o fornecimento de hidrocarbonetos dos países da África do Norte, Oriente Médio, isto é, um fator indispensável para assegurar o crescimento económico do país.
Na plataforma do mar do Sul da China estão jazidas ricas de petróleo e gás. Pequim anunciou oficialmente em 2014 os seus direitos sobre as ilhas Spratly e, um ano mais tarde, publicou uma nova estratégia militar, em que a Marinha de Guerra chinesa passa a proteger as zonas costeiras a garantir a segurança de toda a área oceânica. Além disso, a China reservou o direito de realizar ataques preventivos locais em caso de ameaça à defesa ou às fronteiras do país. Washington, evidentemente, tem razões para se preocupar, conclui Khrolenko.