As tentativas do Congresso dos EUA de impor mais sanções contra a Rússia devido a alegadas violações do Tratado INF, celebrado em 1987 para proibir que as partes possuíssem mísseis balísticos e de cruzeiro nucleares ou convencionais com alcance de 500 a 5.500 quilômetros, são apenas uma medida oportunista de descartar suas obrigações, afirmou o militar ao RT.
No mês passado, a Comissão de Forças Armadas da Câmara dos Representantes dos EUA revelou o documento que estabelece o orçamento militar no valor de US$ 696.5 bilhões, sendo que este inclui a possibilidade de ruptura do referido tratado.
O major-general russo Pavel Zolotarev, membro do Conselho para a Política Externa e Defesa, assegurou que as ameaças americanas de sair do Tratado INF coincidem com as tentativas de reforçar sua presença no Oriente Médio e na Ásia.
"Os grupos de porta-aviões americanos continuam sendo vulneráveis face à China, que possui mísseis de curto e médio alcance. Acredito que os americanos consideram instalar mísseis de baseamento terrestre, atualmente proibidos, nas ilhas japonesas. Ademais, a instalação dos mísseis no Oriente Médio permitiria 'conter' o Irã", afirmou.
O especialista resumiu que o EUA querem realmente sair do tratado, mas precisam de um pretexto para isso.
"Eu duvido muito que a Rússia tenha se atrevido a violar o Tratado INF. A ausência de fatos na fala dos americanos apenas solidificam minha certeza. Ao mesmo tempo, os EUA, que eu saiba, planejam elaborar o Pershing III — ou seja, uma versão aperfeiçoada do complexo que até o ano de 1987 estava instalado perto das nossas fronteiras", advertiu.