Há pouco, na fronteira entre a Lituânia e a Polônia terminaram as manobras da OTAN, no âmbito do qual os militares simularam ações no caso de uma "invasão russa" das respectivas regiões, sendo que no verão e outono do ano corrente ainda devem ocorrer outros treinamentos.
A Rússia, por sua vez, se vê obrigada a responder. Por exemplo, entre meados de julho até meados de setembro, terão lugar os exercícios Cooperação Marítima 2017 em várias zonas, inclusive na região do Báltico, que contarão com a participação não só da Marinha russa mas também de um grupo de navios chineses.
A presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid, há pouco afirmou: "De agosto até outubro, perto de nós decorrerão as manobras regulares de larga escala Ocidente 2017 das Forças Armadas russas. Nós, junto com nossos aliados, devemos estar ao mesmo tempo tranquilos e atentos. Muito provavelmente, vai ser realizada uma operação militar de grande envergadura contra a OTAN e, evidentemente, seremos testemunhas de vários ataques informacionais que visarão semear a confusão e a desconfiança."
Por sua vez, este junho, a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, chamou a "existência da Rússia e Bielorrússia no Leste" da maior ameaça para os países do Báltico e a Polônia.
"Embora as forças da OTAN tenham terminado o deslocamento de 4 mil seus militares aos países do Báltico e à Polônia em junho, os analistas não acalentam muitas ilusões em relação ao seu poderio militar", escreve Plekhanov.
Ainda em fevereiro do ano passado, a empresa de análise militar RAND modelou uma invasão russa contra os países do Báltico e concluiu que, passadas 60 horas desde o início de ações ativas, as tropas russas já estariam em Tallinn, sendo que em um "cenário desfavorável" isso levaria apenas 36 horas.
Baseando-se nos resultados da respectiva pesquisa, os especialistas avaliaram que seria mais adequado estudar a possibilidade de travar uma guerra de guerrilha do que se preparar para combates frontais.
No outono do ano passado, o jornal The New York Times publicou um artigo intitulado "A pequenina Estônia assustada pela Rússia treina uma nação de rebeldes". De vez em quando, a Liga de Defesa estoniana realiza treinamentos de seus 25.500 membros e os prepara para combates de guerrilha, ensinando, por exemplo, a fazer explosivos caseiros.
A edição americana tem várias vezes frisado que a preparação estoniana para uma guerra contra uma potência tão grande como a Rússia parece um "filme animado", mas os estonianos acreditam que o exemplo do Iraque e do Afeganistão mostrou a eficácia da guerrilha contra uma força militar potente.
O jornalista americano independente Michael Totten até se atreveu a dizer que a Estônia "se prepara para virar um segundo Afeganistão" e o país treina seus cidadãos para que "combatam como se fossem rebeldes iraquianos ou afegãos".
Na Lituânia, o processo também não para. Periodicamente, no país se publicam manuais sobre guerrilha e se realizam manobras simulando uma invasão russa.