"Infelizmente, não é a primeira vez que Stephen Hawking diz tais coisas. Por enquanto, não temos nenhuma prova de que a concentração dos gases do efeito estufa na Terra vá começar a aumentar radicalmente em breve. Algo parecido poderá acontecer apenas em alguns bilhões de anos, quando o Sol for muito mais brilhante. Mas a política na Terra neste período também será outra", explica Gareth Jones, pesquisador do Centro de meteorologia da Grã-Bretanha.
De acordo com Jones, as previsões não correspondem à verdade: hoje em dia não há nenhum cientista sério que ache ou apresente provas suficientes de que a terra possa vir a se transformar em Vênus por causa das emissões de gás. Segundo ele, mesmo que seja queimado todo o hidrocarboneto da Terra, a temperatura subirá 10°C e não centenas, elevação necessária para criação do efeito estufa permanente.
"Como acontece com frequência, muitos cientistas brilhantes, às vezes, dizem coisas bastante estúpidas, quando lhes perguntam sobre algo que não sabem de certeza. É uma espécie de doença do 'prêmio Nobel'", acha o climatólogo norte-americano da Universidade da Califórnia, Zeke Hausfather.
Por outro lado, todos os cientistas são de acordo com Hawking no que diz respeito ao fato de o aquecimento global ser real e que no futuro será muito difícil mantê-lo ao nível de 1,5 ou 2°C, mencionados no Acordo de Paris, caso os EUA e outros países o abandonem. Isso não fará com que a Terra se torne uma estufa gigante, mas provocará mudanças significativas nos ecossistemas, aumentará taxa de mortalidade por anomalias climáticas e subirá o nível do mar em alguns metros.