Para o Deputado Paulo Pimenta (PT-RS), não há razões para a condenação de Lula porque, no seu entender, não há provas da prática de crimes contra o ex-presidente:
Paulo Pimenta explica:
"Então, a sentença condenatória revelou os claros propósitos de afastar o Presidente Lula da disputa da eleição presidencial de 2018, ele que é a maior liderança popular do Brasil das últimas décadas. O presidente fez muito bem em afirmar sua pré-candidatura presidencial nesta quinta-feira, e terá todo o apoio do Partido dos Trabalhadores e da militância para consolidar sua candidatura. Uma eleição sem Lula não é eleição. Por isso, ele tem de participar do próximo pleito."
Em sentido oposto, o Senador José Medeiros (PSD-MT) afirma que as razões do Juiz Sérgio Moro para condenar Lula não devem ser contestadas:
O Senador José Medeiros acrescenta:
"Quanto a ele ter dito nesta quinta-feira que será candidato a presidente em 2018, eu interpreto isso como Lula tendo acusado o golpe que recebeu, a sua sentença condenatória. Todos sabíamos que o Lula estava se preparando para concorrer em 2018, assim como teria sido o candidato do PT em 2014. Mas o fato de ele ter se apressado a dizer hoje que será o candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República e as próprias posições do PT de que não tem outro candidato senão Lula são um claro sinal de quem sentiu e acusou o golpe. Quanto à sentença em si, não há o que refutar, pois, a meu ver, ela foi muito bem fundamentada pelo Juiz Sérgio Moro."
"Você imagine como reagiria se amanhã ou depois recebesse uma condenação por um crime que não cometeu. Você recebe uma acusação de ter matado alguém. Mas esse alguém está vivo e realiza diariamente suas atividades habituais. Qual seria a sua reação? Como você reagiria a uma condenação totalmente injusta, feita sem provas nem fundamentos? Pois é exatamente assim que o Presidente Lula está se sentindo."
Requião detalha seu raciocínio:
"Moro condenou Lula por corrupção sem provas, corrupção esta que segundo o juiz se materializou no recebimento de um apartamento no Guarujá por suposto beneficiamento de alguém ou de alguma empresa. Ocorre que este apartamento, este imóvel, pertence à construtora OAS e está penhorado na Caixa Econômica Federal. Esse apartamento não é nem nunca foi de Lula. Logo, ele não pode ser condenado por um crime que não se materializa."
Já contra Lula, o Senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) pensa de modo totalmente diverso:
"A Justiça no Brasil tarda mas não falha", diz o parlamentar tucano. "O que aconteceu esta semana no país foi a apresentação de uma sentença serena por parte do Juiz Sérgio Moro, baseada em um conjunto probatório forte, em elementos de convicção e argumentos sólidos. Por isso, o Juiz Sérgio Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva. Lula tem ainda mais outros inquéritos para responder, e eu acredito que o somatório das penas a que este cidadão será condenado deverá ser algo em torno de 120 anos de cadeia."
A militância do Partido dos Trabalhadores, porém, pensa de modo diverso. Erick Bouzan, secretário estadual da Juventude do PT em São Paulo, prevê o envio de um grande número de mensagens de apoio a Lula nos próximos dias. Segundo Bouzan, a Direção Estadual do Partido vai se reunir com a Direção Nacional para montar um calendário de ações contra a decisão do Juiz Sérgio Moro. Nas palavras do secretário, "a decisão já era esperada, e comprova, em certa medida, a denúncia de que o que está acontecendo no Brasil é um estado de exceção jurídica".
"Na segunda instância [da Justiça] há cenários possíveis de se fazer justiça histórica ao Presidente Lula. Nosso plano A, B e C para o ano que vem é que será Lula 2018, sem dúvida", conclui o militante da Juventude do PT.