Que motivos teve Irã para apoiar Erdogan na noite da tentativa do golpe de Estado?

© AP Photo / Kayhan Ozer/Serviço de imprensa presidencialRecep Tayyip Erdogan em comício em Istambul, 7 de agosto de 2016
Recep Tayyip Erdogan em comício em Istambul, 7 de agosto de 2016 - Sputnik Brasil
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Há um ano, em 15 de julho de 2016, na Turquia ocorreu uma tentativa de golpe de Estado. A tentativa falhou e as autoridades conseguiram evitar a derrubada do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Na véspera desta data histórica, o embaixador turco em Teerã, Reza Hakan Tekin, organizou uma grande coletiva de imprensa, onde destacou que "a Turquia está imensamente grata ao Irã pelo apoio prestado na noite da tentativa do golpe", acrescentando que é isso que se chama amizade e que Ancara também apoia Teerã.

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Vale destacar que, antes de 15 de julho de 2016, nas relações os dois países havia tensões, inclusive provocadas pelas divergências quanto à crise síria, mas tudo mudou em uma noite.

A Sputnik Persa falou com o analista independente iraniano Farzad Ramazani Bonesh para saber os motivos deste gesto de apoio.

A principal causa desta ação amistosa pode ser explicada pelo desejo do Irã de antecipar os acontecimentos, pois era claro para Teerã que, se a crise turca tivesse acontecido, ela poderia afetar toda a região, inclusive o Irã.

"Em termos da segurança, o Irã calculou os riscos e consequências de um possível golpe. Apesar das divergências com a Turquia na política externa, o Irã foi o primeiro a prestar seu apoio ao presidente e Governo eleito turcos, dando assim um enorme passo ao futuro", explica o especialista.

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Segundo Bonesh, o apoio prestado a Erdogan permitiu fazer a Turquia rever suas posições em relação à Síria. O presidente turco compreendeu que muitos países, inclusive árabes, tomariam o lado dos golpistas e usariam a Turquia nos seus interesses, enquanto os países a que Ancara queria se opor — a Rússia e o Irã — condenaram a tentativa de derrubar o governo e apoiaram o presidente, acrescentou o analista.

"Os esforços da Rússia e do Irã permitiram que, no que se refere à crise síria e à ingerência no Iraque, a Turquia fizesse concessões e reconsiderasse sua política externa agressiva", concluiu Farzad Ramazani Bonesh.

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