Esta atividade da Frota do Mar Negro é uma resposta às manobras navais Sea Breeze que os EUA e a Ucrânia iniciaram no dia 10 de julho no mar Negro, escreve o colunista da Sputnik, Aleksandr Khrolenko.
Estes exercícios envolvem 30 navios, 25 aviões e helicópteros da OTAN e mais de 3.000 militares de 17 países.
"É evidente que a demonstração de força dos EUA e seus aliados é dirigida contra a Rússia, particularmente contra a Crimeia. Para se perceber o atrevimento desta ação, é como se se tratasse de manobras russo-mexicanas no golfo da Califórnia, e em que também participassem as Marinhas de Cuba, Venezuela e Argentina", escreve o colunista.
Na costa sul da Crimeia os sistemas russos antinavio de defesa costeira Bal e Bastion, assim como os complexos de artilharia autopropulsada Bereg já treinaram o lançamento de mísseis para eliminar a ameaça de um inimigo convencional. Ao mesmo tempo, as unidades de navios e barcos atingiram alvos aéreos e de superfície.
É possível que o sistema de mísseis russo Utyos, que tem um alcance de 450 km e que está nas montanhas da Crimeia, também possa mostrar suas capacidades durante as manobras da Rússia.
"Os participantes das manobras navais Sea Breeze 2017 não devem ter ilusões quanto à capacidade das forças destacadas na península da Crimeia, para não falar do potencial do Distrito Militar do Sul da Rússia, em geral, e da solidez da vontade política russa", destaca Khrolenko.
De acordo com Khrolenko, essa lista de participantes levanta muitas questões.
"É possível que os suecos e os turcos continuem a guardar rancor devido aos combates que perderam no passado no mar Negro. Mas o que estão lá fazendo os militares norte-americanos, britânicos, canadenses e noruegueses?", pergunta o especialista.
A OTAN realiza manobras navais no mar Negro de uma forma cada vez mais regular. Nos territórios pertencentes à Bulgária e à Romênia, os americanos implantarem seus sistemas de defesa antiaérea, enquanto a inteligência aérea da OTAN atua nas fronteiras ocidentais da Rússia.
"Com tudo isso, os países da Aliança Atlântica têm a audácia de expressar o seu descontentamento em relação às ações preventivas empreendidas por parte dos pilotos russos", ressalta Khrolenko.
Recentemente a mídia ucraniana informou sobre um projeto de lei preparado por Kiev para a reintegração de Donbass à Ucrânia, em que se alega que as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk "foram ocupadas" pelas Forças Armadas da Rússia.
"Essa insolência pode ser explicada pela adaptação paulatina das Forças Armadas da Ucrânia aos interesses do Pentágono. Há ainda razões para pensar que a Ucrânia e os EUA têm planos conjuntos em relação a Donbass", concluiu analista.