Entretanto, até recentemente, o Japão colocava a si próprio muitas limitações no que se refere a um ataque preventivo destinado à destruição dos mísseis do inimigo antes do seu lançamento, escreve o colunista do The National Interest Kyle Mizokami.
Mas, de acordo com o autor, as coisas podem se alterar. Nos últimos anos, respondendo às ameaças da Coreia do Norte e à disputa com a China sobre as Ilhas Senkaku no mar do Sul da China, o Japão se focou mais na produção de armas ofensivas.
Ao longo dos últimos meses houve a informação de que o Japão planeja adquirir mísseis antinavio para abater os projéteis norte-coreanos antes do seu lançamento.
Em maio de 2017 o jornal Sankei Shimbun comunicou que o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe queria adquirir mísseis Tomahawk. Em junho, o Yomiuri Shimbun informou que o míssil desenvolvido pela Noruega pode ser um candidato promissor para equipar os F-35A japoneses.
Tal operação do Japão pode levar a uma guerra entre a Coreia do Norte e o Japão, especialmente se o líder norte-coreano sobreviver ao ataque inicial. Para destruir todos os mísseis móveis da Coreia do Norte o Japão terá que realizar uma vasta campanha aérea.
De acordo com o colunista do The National Interest, o primeiro passo do governo japonês agora é reforçar o seu serviço de inteligência, que deverá ser capaz não só de detectar os lançamentos iminentes mas também de monitorar o regimento de mísseis móveis e lança-mísseis da Coreia do Norte.
O segundo passo é adquirir armas como os Tomahawk e os Joint Strike Missiles. Os Tomahawk podem ser lançados contra as instalações nucleares da Coreia do Norte, enquanto os F-35As equipados com Joint Strike Missiles podem ser enviados para liquidar os lança-mísseis móveis.
De acordo com as estimativas, a Coreia do Norte possui de 10 a 20 armas nucleares, três das quais podem matar mais de 150 mil cidadãos japoneses. Um ataque contra prédios governamentais em Shinjuku pode causar 60 mil mortos e 106 mil feridos. Um ataque contra Osaka pode resultar em mais de 50 mil mortos e 117 mil feridos. Um ataque contra a base aérea de Yokota resultaria em cerca de 20 mil mortos e 45 mil feridos.
Assim, de acordo com o colunista do The National Interest, será difícil para o Japão realizar um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, mas é possível. Para isso, o Japão terá que gastar mais em defesa, para criar uma força capaz de garantir a realização de um ataque preventivo, mas o problema é a dívida soberana do Japão, que agora atinge 200 % do PIB.