No entanto, as preocupações de Washington parecem estranhas já que outros membros do bloco, como a Romênia, a Bulgária ou a Grécia, contam atualmente com os sistemas russos S-200 e S-300, postos no serviço de suas Forças Armadas.
"A Turquia pediu que a OTAN lhe forneça sistemas de defesa aérea. Naquele momento, a Alemanha recusou entregar os sistemas Patriot a Ancara por motivos políticos, usando-os para pressionar politicamente a Turquia", lembrou Mesut Hakki Casin.
Além disso, os Patriot não protegiam de todas as ameaças que a Turquia poderia enfrentar, segundo o especialista. O ex-militar assegurou que os S-400 de produção russa possuem todas as características modernas necessárias e um alcance de 400 quilômetros, acrescentando que o sistema de mísseis em questão é capaz de atacar de 36 a 72 alvos simultaneamente.
"Estas capacidades dos S-400 são um fator-chave para a Turquia. Acho que o chefe do Pentágono conhece estas [vantagens do sistema], porque é um militar experienciado", disse o especialista à Sputnik Turquia.
"Sendo membro da OTAN, a Turquia tem direito de comprar quaisquer armas necessárias para a segurança nacional a outros países. É um assunto particular da Aliança usar ou não as armas que estão em serviço do Estado turco", disse.
"Primeiro, os EUA não aprovaram as condições apresentadas pela Turquia em relação aos sistemas Patriot. Em seguida, Washington se opôs ao acordo de fornecimento de armas entre Ancara e Pequim. E depois, a Turquia participou de um concurso com as mesmas condições, mas estas também não foram cumpridas", sublinhou.
Agora Ancara está negociando a compra dos S-400 russos e, no ver do especialista, os EUA beneficiarão com isso porque a Turquia terá sua própria defesa aérea.
Casin afirma que as declarações sobre a incompatibilidade dos S-400 com outros armamentos da OTAN são tecnicamente erradas porque qualquer sistema pode estar integrado na defesa da Aliança, concluiu.